Tavira, Faro, 28 abr 2015 (Ecclesia) – O bispo do Algarve pediu aos Centros Paroquiais e outras instituições sociais da diocese que se mantenham fiéis à sua identidade numa reflexão sobre “justa autonomia sobre a gestão, a eclesialidade e a sustentabilidade”.
“Para além da lei, temos a nossa identidade que é aquilo que nos distingue dentro das instituições particulares de solidariedade social (IPSS). Se nos falta isso, andamos desencontrados e aos encontrões. É um ideário que inspira a nossa ação”, disse D. Manuel Quintas na intervenção sobre os princípios inspiradores e dinamizadores do serviço eclesial dos Centros Sociais e Paroquiais.
Segundo o prelado a perda de identidade “é um empobrecimento e um nivelamento por baixo” e alertou para o perigo de “desvirtuar a identidade e essência da própria Igreja”.
No V Encontro dos Centros Sociais Paroquiais (CSP) e outras instituições sociais da Igreja do Algarve teve como tema o “Novo Estatuto das IPSS” e foi promovido pela Pastoral Social da diocese.
Aos 68 responsáveis reunidos no Complexo Social do Centro Paroquial de Cachopo, na Serra do Caldeirão, o seu bispo pediu não olhem para a ação das organizações “apenas com a frieza que está sempre ligada à lei”.
“Aquilo que executaremos terá sempre como objetivo o serviço que prestamos a pessoas muito concretas”, reforçou o bispo diocesano que pediu que se evite a redução de “pessoas a números”.
Nesse contexto, frisou que tudo o que programam e projetam “deve ser a promoção integral dos utentes, mesmo na situação de limitação em que se encontram”.
“A sensibilidade social e o dinamismo eclesial devia ser um slogan destas instituições”, considerou D. Manuel Quintas.
Na sua intervenção, o responsável religioso do Algarve recordou também que a ação social da Igreja “não se exerce” apenas num “amplo e diferenciado” número de instituições socio caritativas apoiadas pelo Estado” e que os Centros Sociais Paroquiais “não têm o exclusivo” desta ação.
Desta forma, observou que a ação socio caritativa da Igreja está “para além” da prestada por estas instituições” mas assinalou que a Igreja na diocese “seria muito mais empobrecida e deficitária” se não existissem os CSP.
O bispo diocesano acrescentou que “a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social, pertence à natureza da Igreja”, mas “expressão irrenunciável da sua própria essência”.
Segundo o prelado, a “caridade” pertence à natureza da Igreja, é “expressão irrenunciável da sua própria essência” e não “uma espécie de atividade de assistência social”, por isso, têm o “dever” de fazer o que o “Estado não faz” e este “não faz mais do que o seu dever ao apoiar”.
D. Manuel Quintas contextualizou que a Pastoral Social é um dos três pilares da ação da Igreja com a Pastoral Profética e a Pastoral Litúrgica.
Na Diocese do Algarve, as instituições de solidariedade social da Igreja incluem 22 Santas Casas da Misericórdia e 12 Centros Sociais Paroquiais, e quatro institutos de organização religiosa, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.
O jornal diocesano recorda ainda que o apelo do bispo do Algarve já tinha sido feito no primeiro encontro destas instituições, em outubro de 2012.
FD/CB