Diplomacia: Vaticano participa na «Cimeira das Américas» com encontro inédito entre presidentes de Cuba e dos EUA

Cidade do Vaticano, 10 abr 2015 (Ecclesia) – A Santa Sé vai acompanhar a VII Cimeira das  Américas, que começa hoje no Panamá, com uma delegação liderada pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, que leva uma mensagem do Papa.

A iniciativa reúne 35 dirigentes do continente americano, incluindo os presidentes norte-americano e cubano, Barack Obama e Raúl Castro, que se vão encontrar em privado para continuar o processo de reconciliação entre os respetivos países.

O encontro acontece depois de John Kerry e Bruno Rodriguez, os responsáveis pela diplomacia dos dois países, se terem reunido.

Os Estados Unidos da América e Cuba anunciaram em dezembro de 2014 a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e económicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois de chegada ao poder de Fidel Castro.

Segundo o presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa Francisco intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.

“Sua Santidade, o Papa Francisco, dirigiu-me um apelo pessoal, bem como ao presidente de Cuba, Raúl Castro”, revelou Obama, em conferência de imprensa.

A Secretaria de Estado do Vaticano anunciou então, em comunicado, que o Papa Francisco “saúda vivamente a histórica decisão” dos dois países, que restabelecem relações diplomáticas “pelo interesse dos respetivos cidadãos”, superando as “dificuldades que marcaram a sua história recente”.

A nota confirmava que o pontífice argentino escreveu a Raúl Castro e Barack Obama, “convidando-os a resolver questões humanitárias de interesse comum, como a situação de alguns detidos, para dar início a uma nova fase das relações entre as partes”.

A Santa Sé recebeu delegações dos dois países no último mês de outubro, no Vaticano, oferecendo “os seus bons ofícios para favorecer um diálogo construtivo sobre temas delicados”.

Raúl Castro, por sua vez, elogiou o papel do Papa Francisco e do Vaticano, que acolheram o encontro conclusivo de 18 meses de conversações decorridas em segredo.

OC

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