José Miguel Sardica, comentador da Agência ECCLESIA, aborda resultados das regionais
Lisboa, 30 mar 2015 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), José Miguel Sardica, considera que os resultados das eleições regionais da Madeira, com a vitória do PSD, partido no Governo, são uma “renovação na continuidade”.
“Há um legado histórico que não é rompido, ou seja, o eleitor da Madeira – aquele que foi votar – revê-se na sua maioria numa cor política, acha que o PSD é o melhor para liderar os destinos políticos da região autónoma”, disse hoje o comentador da Agência ECCLESIA.
O PSD, liderado na Madeira por Miguel Albuquerque, conquistou este domingo a sua 11.ª maioria absoluta consecutiva nas eleições legislativas regionais, as primeiras após a saída de Alberto João Jardim da presidência.
Para José Miguel Sardica, a ausência de Jardim implicava uma “renovação” sem ruturas radicais, para evitar a fuga de votos para “epifenómenos” como o movimento ‘Juntos pelo Povo’, a quarta força política mais representada no novo parlamento regional.
Segundo os resultados finais provisórios fornecidos pela Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna, o PSD alcançou 44,33% dos votos e 24 dos 47 deputados eleitos, menos um do que nas últimas eleições.
O CDS elegeu sete deputados, a coligação Mudança (PS/MPT/PTP/PAN) seis, o ‘Juntos pelo Povo’ cinco e a coligação PCP-PEV dois, tal como o Bloco de Esquerda; o PND elegeu um deputado.
O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP defende que o grande desafio para Miguel Albuquerque, que agora vai formar Governo, é “não romper com o PSD e romper com o jardinismo”, ao qual se vinha a opor.
O comentador da Agência ECCLESIA sublinha a capacidade do futuro presidente da Região Autónoma da Madeira de ir buscar votos aos que já não se reviam na “continuidade histórica” do PSD/Madeira liderado por Alberto João Jardim, cuja obra também ajuda a explicar esta nova maioria absoluta.
José Miguel Sardica lamenta ainda o valor “muito elevado” da abstenção, superior aos 50%, considerando que muitas pessoas “não sentiram o apelo de uma alternativa política” e que as décadas de governação social-democrata tiveram um “efeito eucalipto à sua volta”, que “seca as oposições”.
LS/OC