Vivência das comunidades locais «está certamente dentro e muito dentro do paganismo», sustenta D. Manuel Clemente
Lisboa, 30 mar 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa apontou o sínodo diocesano que está em marcha como uma forma de levar “Cristo ressuscitado e ressuscitador” a uma população cada vez mais afastada de Deus.
Na 6.ª e última catequese que a Igreja Católica lisboeta dedicou ao tempo quaresmal, D. Manuel Clemente salientou que a vivência da maior parte das comunidades locais “hoje está certamente dentro e muito dentro de um paganismo que significa ausência de valores cristãos reconhecidos e praticamente vividos e convividos”.
Uma conjuntura que pode ser “facilmente” constatada através da “conduta individual, familiar, social e cultural” vigente, “onde a crise do compromisso comunitário é tão evidente como dolorosa”.
Publicada em vídeo pelo gabinete de comunicação do Patriarcado de Lisboa, a reflexão do cardeal-patriarca, este domingo na Sé diocesana, foi baseada na exortação apostólica do Papa Francisco “A alegria do Evangelho.
Um documento que D. Manuel Clemente classificou como um roteiro essencial para a definição de “um preciso estilo evangelizador como este tempo requer”.
Ao longo da sua reflexão, o cardeal-patriarca sublinhou a importância de uma Igreja Católica “vigilante e atenta”.
Primeiro “na transmissão” da mensagem cristã “e na sua aplicação” em todas as circunstâncias, “com prioritária incidência em todas as pobrezas que é preciso colmatar”, sem deixar ninguém “excluído nem ausente”.
Depois na consolidação e sustentação de verdadeiras “comunidades” católicas, “porque se não houver comunidades elas também não evangelizam, não vivem e isso quer dizer que não transportam aquilo que Deus é como comunhão”.
O ponto de partida será sempre desafiar as pessoas ao “encontro pessoal com Cristo”, pois a evangelização não e mais nem menos do que “transmitir aos outros” a “plenitude de vida” que em Cristo se “encontra”, complementou.
Previsto para novembro de 2016, o Sínodo Diocesano de Lisboa vai ser subordinado ao tema “O sonho missionário de chegar a todos”, retirado da exortação apostólica do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho”.
Tem como objetivo renovar a vivência cristã na região, e vai coincidir com a celebração dos 300 anos da qualificação patriarcal de Lisboa.
PL/JCP