Jornada de oração pela paz assinala 5.º centenário do nascimento da religiosa e mística espanhola
Cidade do Vaticano, 28 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje a “entrega total a Deus” que caraterizou a vida de Santa Teresa de Ávila, no dia do 5.º centenário do seu nascimento, considerando o legado da mística espanhola essencial para a atual vivência cristã.
Numa carta enviada ao superior geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco refere que Santa Teresa deixou “um grande tesouro”, sobretudo no que diz respeito à “renovação da vida consagrada”, dos religiosos e religiosas deste tempo.
Uma herança “cheia de propostas concretas, meios e métodos para rezar” que conduzem as pessoas a Cristo e que “ensinam a crescer no amor a Deus e ao próximo”.
“Ela foi a grande professora da oração”, salientou o Papa argentino, na mensagem remetida ao padre Xavier Cannistrà.
Nascida a 28 de março de 2015, na região de Ávila, Espanha, Santa Teresa, também conhecida como Santa Teresa de Jesus, foi uma religiosa e mística responsável pela reforma da Ordem dos Carmelitas.
Os seus escritos nas áreas da espiritualidade e da mística marcaram o Cristianismo e foi nomeada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI em 1970.
Como forma de assinalar os 500 anos do nascimento da sua fundadora, a Ordem dos Carmelitas Descalços está a promover hoje um dia especial de oração pela paz, nos seus mosteiros espalhados um pouco por todo o mundo.
Segundo o Papa Francisco, “a oração de Teresa não se resumia apenas a um tempo ou a um espaço do dia; surgia espontaneamente nas mais variadas ocasiões” pois ela “estava convicta de que era importante rezar continuamente, mesmo que nem sempre de forma perfeita”.
“Santa Teresa pede-nos hoje para mantermos a nossa fé firme e fiel, mesmo quando as palavras não brotem, ou quando formos acometidos por dificuldades ou necessidades urgentes”, frisou.
Na missiva, Francisco recordou ainda o empenho que a fundadora dos Carmelitas Descalços demonstrou na construção de diversos mosteiros.
Porque sabia que sem uma vida comunitária autêntica, “nem a oração nem a missão” teriam futuro.
Frequentemente também alertou as suas irmãs religiosas para os perigos do individualismo, da maledicência, da inveja e da crítica “que ameaçavam gravemente o relacionamento de umas com as outras”.
“Com base nestas nobres raízes, as comunidades teresianas são chamadas a serem casas de comunhão”, apontou o Papa, realçando a importância delas serem também “testemunhas do amor fraternal, de uma Igreja que é mãe, e de colocarem diante de Deus as necessidades de um mundo despedaçado por guerras e divisões”.
JCP