Entretanto, número de pessoas carenciadas «não diminui», aponta diácono Florival Silva
Beja, 27 mar 2015 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas de Beja mostrou-se hoje “preocupado” com o número de pessoas carenciadas na região, “que não diminui”, e criticou as condicionantes burocráticas e legislativas que impedem uma ação mais eficaz junto das populações.
“Temos leis que muitas vezes não nos deixam avançar e que não dão esperança para avançar. Não temos uma certeza, as coisas sucedem-se, alteram-se, contrariam-se e como não sabemos fazer dinheiro ainda, temos de estar limitados àquilo que vamos angariando”, apontou o diácono Florival Silva, em declarações à Agência ECCLESIA.
No âmbito de umas jornadas de cooperação transfronteiriça das Cáritas da Raia, que estão a ter lugar em Beja, aquele responsável mostrou vontade em “alargar horizontes” no que à ação solidária diz respeito, no entanto é preciso ter noção “das limitações” e “não dar passos em falso”.
“As pessoas têm sido muito generosas, ainda neste último peditório foram muitíssimo generosas, mas como não temos outros rendimentos além do Estado e dos beneméritos, temos de ter muita consciência daquilo que podemos fazer”.
A Cáritas Diocesana de Beja está integrada num projeto de cooperação transfronteiriça em conjunto com mais seis congéneres da região raiana portuguesa e espanhola: Évora, Portalegre, Ciudad Rodrigo, Cória-Cáceres, Mérida-Badajoz e Salamanca.
Uma iniciativa orientada para a elaboração comum de soluções que favoreçam a obtenção ou criação de emprego numa faixa geográfica altamente atingida pela crise.
Outra componente do projeto é a realização de jornadas periódicas onde são debatidos temas de interesse para as várias Cáritas intervenientes.
Este ano o tema das jornadas foi “Economia Social e Solidário” e segundo o diácono Florival Silva está a ser essencial para a “troca de experiências” e para um “enriquecimento” comum que “no futuro” ajudará a enfrentar melhor os problemas.
Quanto ao trabalho de cooperação transfronteiriça que tem sido levado a cabo, o presidente da Cáritas de Beja adianta que já existem “experiência que dizem que vale a pena continuar”, nomeadamente com “casos concretos de pessoas desempregadas que arranjaram emprego”.
“Não serão aqueles que desejaríamos em termos quantitativos, mas o caminho faz-se andando, não de um momento para o outro”, complementou.
CB/JCP