Iniciativa do Centro de Espiritualidade Redentorista pretendeu tornar a mensagem cristã mais acessível às pessoas
Porto, 23 mar 2015 (Ecclesia) – Uma feira do livro promovida sábado e domingo no Porto, pelo Centro de Espiritualidade Redentorista, permitiu aos visitantes “entrarem” literalmente “dentro de uma Bíblia” e contactarem mais de perto com a mensagem cristã.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, o padre Rui Santiago, coordenador da feira, destacou a importância da iniciativa para tornar a Palavra de Deus mais acessível às pessoas.
Tudo aconteceu num espaço do certame com o nome “Tenda Bíblica”, uma tenda feita a partir de todos os 73 livros que compõem a Bíblia católica.
Todos os livros foram impressos em separado, em diferentes moldes. “Por exemplo o Pentateuco foi impresso em rolos, como a Torá, e a partir daí foi feita uma estrutura em forma de tenda”.
“As pessoas estavam rodeadas de livros bíblicos que podiam pegar, consultar e ler lá dentro. Depois o espaço estava também adaptado para leitura de livros bíblicos, de contos proféticos, o que deu um ambiente e uma envolvência muito significativa”, descreveu o sacerdote.
Pensada no âmbito dos cursos de formação que o Centro de Espiritualidade Redentorista tem dedicado este ano à Bíblia, direcionados para leigos, a feira do livro decorreu no Seminário Cristo-Rei, em Vila Nova de Gaia, no Porto.
Depois da reflexão à volta da Bíblia enquanto “narrativa histórica” e como memória do “Jesus Histórico”, o objetivo agora foi “possibilitar às pessoas acesso a mais informação nestas temáticas”.
“Além disso, apesar do objetivo do Centro de Espiritualidade ser muito o aprofundamento da Palavra de Deus, isso também tem a ver com literatura, a Escritura também é literatura”, frisou o padre Rui Santiago.
Presentes na feira, à disposição dos visitantes, estiveram cerca de 300 títulos, com a chancela de diversas editoras católicas como a Editora PAULUS, a Paulinas Editora, as Edições Salesianas, a Editorial Perpétuo Socorro e a Santuário.
Realce ainda para a presença de publicações de alguns dos mais emblemáticos autores portugueses ou lusófonos como Miguel Torga, José Eduardo Agualusa e Mia Couto.
Outra iniciativa marcante no evento envolveu a sensibilização das pessoas, sobretudo dos mais novos, para a realidade das pessoas portadoras de deficiência, neste caso sobre cegueira e autismo.
Através da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, crianças, jovens e adultos puderam contactar com pessoas que lidam diariamente com outras formas de linguagem, desde o braille à língua gestual portuguesa.
Segundo o padre Rui Santiago, “estiveram duas pessoas com visão reduzida continuamente a dar explicações aos visitantes da feira, que podiam aprender e escrever o seu nome”.
“Além disso houve workshops de meia hora, 40 minutos durante todo o fim-de-semana, também em SPC, uma codificação da linguagem de comunicação para pessoas dentro do espetro autista. Foi sobretudo para sensibilizar e foi muito interessante ver a criançada toda a fazer as perguntas que os adultos muitas vezes não fazem”, complementou aquele responsável.
JCP