«Não existem posições moderadas no Oriente Médio», alertou
Cidade do Vaticano, 28 fev 2015 (Ecclesia) – O patriarca da Igreja Sírio-católica comentou o conflito na Síria e os raptos dos autoproclamado Estado Islâmico e alerta que vivem uma situação de genocídio e apela à “justiça”, a uma separação entre religião e política.
“Enquanto não tivermos uma clara separação entre religião e política não teremos nunca uma verdadeira, democrática e moderada oposição. Tudo isto é somente uma ilusão”, disse Ignace Youssif III Younan que pediu que não se forneçam armas às “chamadas oposições moderadas”.
“Não existem posições moderadas no Oriente Médio”, alertou.
Sobre a Comunidade Internacional (CI) – Nações Unidas; Estados Unidos da América e União Europeia – afirmou que “infelizmente” foram traídos: “Estão só à procura dos seus interesses económicos no petróleo”, acrescentou em entrevista à Rádio Vaticano.
O responsável religioso apelou “à justiça” e contextualizou que a CI é aliada de sistemas de Governos onde “não existe liberdade religiosa, nem civil”, onde as mulheres “não têm quase” direitos nenhuns.
“Assim, esquecem-se dos seus princípios de verdadeira democracia”, observou o patriarca da Igreja Sírio-católica para quem os cristãos na Síria vivem um “genocídio”.
“Pedimos aos nossos irmãos e irmãs da Europa, especialmente aos católicos, os verdadeiros católicos, que pensem nos seus irmãos do Oriente Médio que sofrem estas perseguições”, desenvolveu.
Ignace Youssif III Younan manifestou-se “muito agradecido” pelos constantes alertas e orações do Papa Francisco pelos conflitos que atingem os cristãos – “perseguições; mortes e deportações” – no Oriente Médio.
“Temos confiança que o Papa Francisco continuará a defender a causa dos fracos, daqueles que são ignorados por aqueles países que veem somente o petróleo como aquilo que salvará a sua economia”, desenvolveu.
O patriarca da Igreja Sírio-católica pediu ainda aos povos da Europa e da América que pensem nos princípios e valores que estão na base da fundação dos respetivos países e estão a ser traídos ao ignorar os cristãos e outras minorias perseguidas.
RV/CB