Vaticano: Prémio Internacional bienal distingue trabalhos sobre Doutrina Social da Igreja

Cidade do Vaticano, 26 fev 2015 (Ecclesia) – A Fundação Centesimus Annus fez hoje um balanço da sua atividade, dos programas desenvolvidos e divulgou o nome dos vencedores do prémio “Economia e Sociedade”, um concurso internacional bienal, em conferência de imprensa no Vaticano.

“Muitos acreditam que a economia pode assumir o papel de produtor absoluto de objetivos e de valores e apresentá-los a qualquer dimensão humana, justificando que vivemos na era da pós-ideologia e pós-político”, disse o secretário do júri do prémio ‘Economia e Sociedade’.

Para Michael Konrad, este é um “aspeto a analisar” mas alerta que também se pode “analisar a cultura atual” a partir da Palavra de Deus uma vez que o concurso internacional bienal premeia autores que “desejam” fornecer uma forma de “reaprender a olhar com sabedoria para o presente e para o uso do dinheiro”.

Neste contexto foi anunciado o vencedor do prémio, Pierre de Lauzun por ’Finance: un regard chrétien. De la banque mediévale a la mondialisation financière’ – ‘Finanças: uma perspetiva cristã. Da bancária Medieval à globalização financeira', informa o Serviço de Informação do Vaticano (VIS).

Neste trabalho o autor francês reflete sobre a “moralidade das pessoas” que trabalham nos mercados financeiros e observa que “não há nenhuma transação financeira” que pode ser separada da realidade social e das exigências morais.

Na secção especial dedicada a jovens investigadores de Doutrina Social da Igreja (DSI) foi anunciado Alexandre Stumvoll, de 32 anos, pela tese ''Uma tradição viva. A Santa Sé, Doutrina Social da Igreja e Global Politics 1965-2000'', defendida em 2012 no Instituto Universitário Europeu de Florença, Itália.

Este estudo analisa a DSI através de quatro relações internacionais concretas, a Guerra do Vietname comparando-a com o compromisso da Santa Sé para a paz; a crise polaca de 1989 e a política da Santa Sé em relação ao comunismo.

Alexandre Stumvoll analisou também as Conferências do Cairo (1994) e de Pequim (1995) que foram o ponto de partida para abordar a posição da Santa Sé sobre bioética e, por último, analisa a crítica contra o capitalismo selvagem no contexto da campanha contra a dívida do Terceiro Mundo no Jubileu do ano 2000.

Os prémios vão ser entregues pelo cardeal presidente do júri, o arcebispo de Munique, D. Reinhard Marx, na conferência internacional da fundação – Repensar os fatores-chave da vida económica e social – de 25 a 27 de maio na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, e no Palácio da Chancelaria.

O presidente da Fundação Centesimus Annus recordou que a sua principal finalidade é promover a difusão da Doutrina Social da Igreja e desta forma convidar empresários e profissionais para que se reconheçam nestes princípios, no magistério do Papa, e que contribuam para a criação de uma nova cultura económica e social.

Domingo Sugranyes Bickel revelou que o organismo católico tem trabalhado segundo as indicações do Papa Francisco, que em 2013 disse-lhes ser necessário “devolver à palavra solidariedade a dignidade social que merece”.

A Fundação Centesimus Annus, criada por São João Paulo II em 1993, é conduzida por um conselho formado por nove leigos que informa o presidente da Administração do Património Apostólico da Santa Sé (APSA), atualmente o cardeal Domenico Calcagno.

Participaram ainda na conferência de imprensa um dos membros do júri, o monsenhor Giuseppe Antonio Scotti, e o secretário-geral da Fundação Centesimus Annus, Massimo Gattamelata.

VIS/CB

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