Portugal: Crise exige presença próxima e credível dos católicos, diz cardeal-patriarca

D. Manuel Clemente presidiu a primeira Missa na sua «nova» igreja de Roma, Santo António dos portugueses

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 16 fev 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa apelou hoje em Roma à construção de uma sociedade “justa” e “pacífica”, com a presença credível dos católicos, durante a primeira Missa a que presidiu na igreja de Santo António dos portugueses, na capital italiana.

“No nosso país, neste momento, as pessoas precisam sobretudo de presença. Há coisas que não sabemos muito bem como vamos resolver, temos de as resolver. Basicamente, estando presentes, estarmos realmente ali, junto das pessoas, da sua vida, das suas dificuldades”, disse, durante a homilia da celebração.

D. Manuel Clemente recordou as “aspirações dos mais novos”, que ainda não sabem o que sua vida irá ser, e as necessidades dos “mais idosos”, que exigem da Igreja a “proximidade de quem sente os outros e sente os outros como seus, um por um, com nome e figura”.

O cardeal-patriarca saudou as centenas de pessoas que participaram na celebração, que contou com a presença de sete bispos portugueses: D. António Francisco dos Santos (Porto), D. Pio Alves (presidente da Comissão Episcopal da Cultura Bens Culturais e Comunicações Sociais e auxiliar do Porto), D. Manuel Linda (Ordinariato Castrense), D. Manuel Felício (Guarda) e os três auxiliares do Patriarcado de Lisboa – D. Nuno Brás, D. Joaquim Mendes e D. José Traquina.

O novo cardeal elogiou o exemplo de proximidade do Papa Francisco, “um sinal muito belo” para a Igreja e a sociedade pela forma como se “encontra com cada um”, em qualquer circunstância.

Nesse sentido, deixou votos de que os católicos sejam “sinais credíveis, convincentes, de que Cristo-pastor continua presente”.

A igreja de Santo António, situada na ‘rua dos portugueses’, no centro histórico de Roma, tem as suas origens no século XV, quando se fundou um estabelecimento de apoio a peregrinos, que viria a ser o “Hospital de Santo Antão da Nação Portuguesa”.

Durante o consistório deste sábado, no Vaticano, cada novo cardeal foi inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

D. Manuel Clemente é cardeal-presbítero, com o título da igreja de Santo António (dos portugueses), em Roma.

“Agradeço ao Santo Padre o facto de me vincular a esta igreja”, referiu o patriarca de Lisboa, na sua primeira celebração como cardeal neste espaço.

Após a Missa, o cardeal-patriarca almoçou com o grupo de peregrinos que acompanharam as celebrações dos últimos dias, em Roma.

OC

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Agência ECCLESIA

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