Vice-primeiro-ministro elogiou papel de D. Manuel Clemente na vida da Igreja e da sociedade
Cidade do Vaticano, 14 fev 2015 (Ecclesia) – O vice-primeiro ministro Paulo Portas manifestou hoje ao Papa Francisco o desejo de que este visite Portugal em 2017, no centenário das aparições de Fátima.
“Esses 100 anos são muito importantes para muitos portugueses com fé e nós gostaríamos todos de ter o Santo Padre em Portugal por ocasião desse centenário, em 2017. Aproveitamos para o sublinhar”, disse aos jornalistas, na Praça de São Pedro, após o consistório em que D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, foi criado cardeal.
“Em 2017 acontece o centenário das aparições de Fátima, que em 1917 era uma periferia, uma aldeia. Nossa Senhora apareceu a pastores muito humildes”, acrescentou, numa referência a alguns dos temais centrais do atual pontificado.
Paulo Portas cumprimentou o Papa, juntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, na Basílica de São Pedro, Vaticano, após a conclusão da cerimónia.
Este último adiantou que Francisco deixou palavras “muito simpáticas” para Portugal, esperando que a visita de 2017 seja uma realidade.
“Ele não fez uma promessa solene, mas disse que ouviu e várias pessoas falarem-lhe nisso e que não se ia esquecer”, acrescentou Machete.
O líder da diplomacia portuguesa considerou que a criação de um novo cardeal português representa “o reconhecimento de um país e das suas tradições”.
Paulo Portas felicitou D. Manuel Clemente, que apresentou como “um homem de fé, um de cultura, um homem por quem os crenes têm muita admiração e cuja densidade, profundidade, interessa também àqueles que não são crentes”
“Os portugueses, os que têm fé e os que não são crentes, olham para a criação do cardinalato de D. Manuel, patriarca de Lisboa, como um dia de júbilo e de alegria”, referiu.
O líder centrista evocou ainda a criação de outros dois cardeais de língua portuguesa, D. Arlindo Furtado, bispo de Santiago (Cabo Verde), e D. Júlio Langa, bispo emérito de Xai-xai (Moçambique).
“É um dia de grande honra e de júbilo, de proximidade e de simplicidade para Portugal, para a nossa Igreja e para as Igrejas lusófonas, que rezam em português”, afirmou.
Paulo Portas sublinhou que a história de Portugal está “indissoluvelmente à Santa Sé”, recordando que o reconhecimento da independência foi feito “por uma bula papal, no século XII”.
O vice-primeiro-ministro lembrou também que os Papas atribuíram a Lisboa a “dignidade patriarca”, o que no Ocidente apenas acontece também com Veneza.
“Cumpriu-se uma tradição, mas para além disso há uma escolha pessoal do Papa Francisco, que recaiu sobre D. Manuel Clemente”, observou.
Rui Machete falou do patriarca de Lisboa como uma pessoa “notável, como católico, intelectual e homem de cultura”, mostrando-se “satisfeito” por ter participado “numa cerimónia muito simples” que manifestou a “universalidade da Igreja”.
OC