Todos os passos da celebração de entrega do barrete vermelho, o anel e a bula de nomeação
Cidade do Vaticano, 14 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco pronunciou hoje pelas 11h27 (menos uma em Lisboa) o nome do patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, como novo cardeal da Igreja Católica, numa cerimónia que decorre na Basílica de São Pedro.
A celebração começou com um momento de oração em silêncio, do Papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação do primeiro dos novos cardeais, D. Dominique Mamberti, em nome de todos os presentes, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.
Após esta intervenção, o Papa leu a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.
Depois teve lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.
Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se, depois, para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, foi o segundo, cerca das 11h37 locais.
O cardeal-patriarca foi depois cumprimentado pelo Papa emérito, Bento XVI, depois de descer do altar.
Francisco entrega ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
No anel cardinalício são evocadas as colunas da Basílica de São Pedro, a cruz e os apóstolos Pedro e Paulo.
Cada cardeal foi inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.
D. Manuel Clemente é cardeal-presbítero, com o título da igreja de Santo António (dos portugueses), em Roma.
No final da cerimónia, que tem um rito próprio diferente da celebração da Missa, a reunião de cardeais procedeu à votação de três causas relativas às beatas Jeanne Émilie de Villeneuve (França, 1811-1854), Maria de Jesus crucificado (Palestina, 1846-1878) e Maria Alfonsina Danil Ghattas (Palestina, 1843-1927.
O Papa anunciou que os futuros santos vão ser canonizados a 17 de maio, juntamente com a beata italiana Maria Cristina da Imaculada Conceiçã (1856-1906), fundadora da Congregação das Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado.
Bento XVI acompanhou pela segunda vez o Papa Francisco num consistório: o Papa emérito sentou-se na primeira fila, junto ao grupo de cardeais-bispos e foi depois cumprimentado pelo seu sucessor, antes do início da celebração.
Ainda no sábado, vão ter lugar as sessões de cumprimentos aos novos cardeais, no Vaticano.
A chamada ‘visita de cortesia’ (que os italianos desginam por 'visite di calore', dada a quantidade de pessoas que vão cumprimentar os cardeais) vai decorrer entre as 16h30 e as 18h30 de Roma (menos uma em Lisboa) e no caso do cardeal português terá lugar no átrio da sala de audiências Paulo VI, junto à Basílica de São Pedro.
Na mesma sala vai acontecer a sessão do cardeal cabo-verdiano D. Arlindo Gomes Furtado; D. Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai (Moçambique) vai receber os cumprimentos de todos os que o desejarem fazer na sala ducal do Palácio Apostólico.
De acordo com os dados revelados pelo Patriarcado de Lisboa (um dos dois patriarcados ocidentais da Igreja Católica), Portugal teve até hoje com 43 cardeais, a começar pelo chamado Mestre Gil, escolhido pelo Papa Urbano IV (1195- 1264).
OC
Notícia atualizada às 11h15