Guarda: Diocese dedica renúncia quaresmal a projetos «na periferia das periferias»

D. Manuel Felício explica «aposta missionária» para Quaresma 2015

Guarda, 11 fev 2015 (Ecclesia) – O bispo da Guarda anunciou que a Diocese vai ajudar com a chamada ‘renúncia quaresmal’ dois projetos missionários, concretamente na Guiné Bissau e em Angola.

Na mensagem para a Quaresma, intitulada ‘fortalecer a nossa responsabilidade missionária contra a globalização da indiferença’, D. Manuel Felício explica que se pretende “dar expressão” à responsabilidade missionária na diocese através da “valorização” do Centro Missionário D. João de Oliveira Matos, na Diocese de Sumbe, em Angola.

Este projeto promovido pela Liga dos Servos de Jesus, da Diocese da Guarda, funciona há um ano como escola mas “pretende ser muito mais do que isso” assinala o prelado que destaca, por exemplo algumas experiências de “catequese e formação de adultos”, que querem continuar a desenvolver.

“Desejamos que ele possa vir a ser cada vez mais a expressão privilegiada da responsa­bilidade missionária da Diocese da Guarda, que tem notável história de ligação a congregações e institutos, principalmente pelo elevado número de missionários e missionárias que daqui partiram”, desenvolve D. Manuel Felício, na mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Este centro, informa o prelado, situa-se num município com 100 mil habitantes “sem qualquer estrada asfaltada” e com “todas as carências” que se possam imaginar, “sobretudo energia elétrica e água potável”.

O bispo da Guarda revela ainda que a renúncia quaresmal da diocese vai também apoiar os Centros de Recuperação Nutricional (CRN) na Guiné-Bissau, um pedido da Fundação Fé e Cooperação (FEC).

A FEC, organização não-governamental da Conferência Episcopal Portuguesa, que celebra 25 anos ao longo de 2015, pediu às dioceses portuguesas que apoiassem os CRN, um projeto da Cáritas guineense de âmbito nacional que acolhem mais de 60 mil crianças, dez mil famílias e 320 comunidades por ano.

Neste contexto de cooperação com a FEC, D. Manuel Felício informa que se vai valorizar a “presença da Diocese da Guarda em terras de missão” com um programa de “formação complementar” dos professores da escola do Centro Missionário D. João de Oliveira Matos e organizar programas de formação de adultos “adaptados às situações locais”.

“No horizonte fica ainda a possibilidade de implementar connosco um outro programa de sensibilização sobre direitos humanos, à luz da Doutrina Social da Igreja, que já está a ser experimentado em algumas zonas de Angola”, escreve o bispo diocesano.

O prelado contextualiza que na mensagem para a Quaresma o Papa alerta para a “globalização da indiferença” e destaca que Francisco insiste que “cada comunidade é chamada a atravessar o limiar que a coloca em relação com a sociedade circundante, sobretudo com os pobres e com os incrédulos”.

D. Manuel Felício recorda ainda que o tempo da Quaresma é o “grande retiro do Povo de Deus” oportunidade a fazer uma “revisão das atitudes fundamentais” da vida de cada um, em concreto das “atitudes que aproximam ou afastam” uns dos outros, “tanto os que estão perto como os que estão longe”.

A Quaresma que se inicia com a celebração de Quarta-feira de Cinzas (18 de fevereiro, em 2015), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

CB/OC

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