Dia Mundial do Doente: Cuidar para lá da «métrica de avaliações, indicadores e resultados»

Médica psiquiatra fala sobre o papel da espiritualidade na reabilitação dos doentes

Lisboa, 11 fev 2015 (Ecclesia) – Margarida Gonçalves Neto é médica psiquiatra na Casa de Saúde do Telhal, uma clínica do Instituto São João de Deus em Sintra, e falou à Agência ECCLESIA sobre a importância da espiritualidade na reabilitação dos doentes.

Para esta profissional, que trabalha sobretudo “com doentes com dependência de álcool”, a espiritualidade é uma ferramenta essencial porque permite cuidar das pessoas para lá da habitual “métrica de avaliações, indicadores e resultados”.

Trata-se de ajudar os pacientes a responderem a “perguntas essenciais” que têm grande influência no seu bem-estar.

No caso de Margarida Neto, estão em causa pessoas que caíram na dependência da bebida para preencherem um “vazio”, por estarem permanentemente em “angústia”, sentimentos que não compreendem e com os quais não sabem lidar.

Doentes que têm “todo um caminho a fazer de novo. Sem a amortecedor das substâncias, sem o álcool que anestesia, faz esquecer, mata a cabeça e mata a dor”, realça a médica.

A espiritualidade funciona assim como uma “dimensão” que ajuda cada paciente “a lidar com as adversidades”, com as suas “fragilidades” e a reerguer a sua vida.

Ao mesmo tempo, permite a quem cuida dos doentes zelar pelo “bem-estar mais profundo, mais íntimo e mais transcendente” de cada um deles.

“Como acompanhamos o medo, a culpa, a solidão, a esperança e a desesperança, o silêncio, a felicidade, o final de vida, as perguntas, a questão de Deus ou da eternidade? A espiritualidade é a dimensão onde se colocam todas estas perguntas. E se procuram as respostas”, frisa Margarida Neto.

A Igreja Católica assinala hoje o Dia Mundial do Doente, uma temática que está em destaque na edição digital n.º 101 do Semanário ECCLESIA.

JCP

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