«Palavra de ordem a nível pastoral tem de ser inclusão», diz D. Manuel Quintas
Albufeira, Faro, 29 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo do Algarve considera que o percurso de preparação para a próxima assembleia do Sínodo sobre Família, em outubro, deve comprometer todas as comunidades católicas, numa dinâmica de “inclusão”.
“Estamos felizmente a lançar as questões, que são muitas e abundantes, e estamos a organizar-nos para encontrar respostas ao nível das paróquias, das vigararias, dos movimentos na análise do documento preparatório”, disse D. Manuel Quintas à Agência ECCLESIA.
Neste contexto, o bispo do Algarve assinala que na diocese se procura cada vez mais a “atitude de acolhimento” e inclusão de todas as realidades da família, mas alerta que os “esforços” têm de fazer-se na Igreja e nas famílias, porque “às vezes os preconceitos estão dos dois lados”.
“Todos os batizados são membros da Igreja, embora participem de acordo com a situação que estão a viver. A palavra de ordem a nível pastoral tem de ser inclusão em todas as situações e exclusão em nenhuma”, desenvolveu D. Manuel Quintas.
O prelado comentou ainda que “estranhou” que o documento preparatório (lineamenta) para o Sínodo 2015, que inclui um conjunto de 46 perguntas, “que têm impacto maior”, não tenha tido tanta repercussão na comunicação social como o questionário da assembleia extraordinária que decorreu em outubro de 2014.
“Agora é que é o tempo da colheita, apresentando as respostas para que no sínodo se ofereçam resposta às grandes questões”, observou, à margem das jornadas de atualização do clero das dioceses do sul – Algarve, Beja e Évora – com o tema ‘Que pastores para a Igreja no mundo atual?’.
A 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada pelo Papa Francisco, vai ser dedicada ao tema ‘A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’.
Este ano, os bispos portugueses realizam a visita ‘ad limina’ a Roma, de 7 a 12 de setembro, e D. Manuel Quintas está a receber os dados/elementos que pediu às paróquias a fim de elaborar o relatório que vai apresentar e responder às perguntas enviadas pela Santa Sé, que “são abrangentes e procuram refletir o todo de uma diocese”.
“[O questionário] sobre a diocese nos últimos anos também é longo. É uma síntese da vida pastoral e linhas programáticas, inspiradoras de uma ação pastoral futura que depois terei de ver nas reuniões de vigararias e com o conselho presbiteral”, desenvolveu.
Sobre o ano pastoral em curso na Diocese do Algarve, com o tema ‘Chamados à santidade’, o bispo apresenta como objetivo que os cristãos tenham “sempre” como horizonte das suas vidas o ser santos, “vocação de todos e não privilégio de alguns”.
Nesse sentido, a diocese apresentou/selecionou testemunhos ligados ao Algarve, como o seu patrono São Vicente, o Beato Gonçalo de Lagos, o Beato Vicente de Albufeira, mártir no Japão, e para as crianças os beatos Francisco e Jacinta, pastorinhos de Fátima.
D. Manuel Quintas comenta que também se tem insistido no tema da formação “em todas as idades”.
“Não é fácil para um leigo com a vida do dia-a-dia dispor-se ainda a uma noite para aprofundamento da fé, mas a resposta que temos tido é estimulante”, concluiu.
PR/CB/OC