Vaticano: Antigo promotor de Justiça vai liderar estrutura para examinar recursos de casos de abusos sexuais

Organismo colegial de cardeais e bispos foi criado pelo Papa Francisco

Cidade do Vaticano, 21 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa nomeou hoje o bispo maltês D. Charles J. Scicluna, antigo promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, como presidente da nova estrutura para examinar recursos dos julgamentos de casos de abusos sexuais.

O órgão colegial de cardeais e bispos, que vai funcionar no interior da Congregação para a Doutrina da Fé, foi criado em novembro de 2014 por Francisco.

A estrutura visa julgar os “crimes mais sérios” (delicta graviora), especificamente os casos de abusos sexuais de menores e outros abusos ligados ao Sacramento da Penitência (Confissão).

No caso de bispos acusados destes crimes graves, a situação será examinada por todos os membros da referida Congregação, em sessão ordinária, que também poderá examinar casos específicos a pedido do Papa ou do novo Colégio.

Este órgão colegial, por outro lado, deve informar periodicamente a sessão ordinária da Congregação para a Doutrina da Fé sobre as suas decisões.

Além do novo presidente, o Papa nomeou como membros desta estrutura o cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica; o cardeal Attilio Nicora, antigo presidente da Administração do Património da Santa Sé e da Autoridade de Informação Financeira; o cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos; o cardeal Giuseppe Versaldi, presidente da Prefeitura dos Assuntos Económicos da Santa Sé; D. José Luis Mollaghan, arcebispo emérito de Rosário (Argentina); D. Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, secretário do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos.

D. Charles Scicluna apelou, enquanto promotor de Justiça no pontificado de Bento XVI, a uma "maior determinação, transparência e consciência do dever de todos os católicos de enfrentar a difícil questão da violência sexual”.

A nova estrutura criada pelo Papa foi justificada pelo “número de recursos” e a necessidade de um “exame mais rápido dos mesmos”.

OC

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