Haiti: Cooperação e plenitude do homem são caminhos para reconstrução de um país

Papa Francisco assinalou hoje o 5º aniversário do terramoto naquela região das Caraíbas

Cidade do Vaticano, 10 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que a reconstrução de um país nunca será atingida se não colocar no centro “a pessoa na sua plenitude”, respeitando as necessidades que tem a nível material e espiritual.

“Não existe uma verdadeira reconstrução de um país sem reconstruir a pessoa na sua plenitude. Isto significa garantir que todas as pessoas no Haiti tenham o necessário do ponto de vista material, mas ao mesmo tempo que possam viver a própria liberdade, a própria responsabilidade, a própria vida espiritual e religiosa”, afirmou esta manhã o Papa aos participantes do encontro no âmbito do 5º aniversário do terramoto no Haiti.

Em Janeiro de 2010 a ilha do Haiti foi atingida por um terramoto, próximo da capital Port-au-Prince, provocando a morte a cerca de 230 mil pessoas, destruindo infraestruturas, afetando, ainda hoje, quase 3 milhões de pessoas.

Num discurso onde a ajuda prestada até ao momento foi enaltecida, Francisco quis apontar para a necessidade de se trabalhar em conjunto “ultrapassando as barreiras do individualismo” e apostando na cooperação entre as ações “humanitárias” e “pastorais”.

“A comunhão testemunha que a caridade não é apenas ajudar o outro, mas é uma dimensão que permeia toda a vida e rompe todas as barreiras do individualismo que nos impedem de nos encontrar”.

Aos participantes Francisco apontou a “contradição” que é viver separado, convidando a “reforçar todas as metodologias que permitem trabalhar juntos”.

“Nesta fase de reconstrução, a atividade humanitária e pastoral não são concorrentes, mas complementares, têm ambas o mesmo sonho: contribuir juntas para formar no Haiti pessoas maduras e cristãos que se gastam para o bem dos irmãos”.

Aos bispos daquele país caribenho o Papa pediu que ajudem a construir uma Igreja “mais viva e fecunda”, “zelo e comunhão” para suscitar um “renovado compromisso na formação cristã e na evangelização alegre e frutuosa”.

O encontro com os membros do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, que coordena a ação das organizações caritativas católicas, e da Comissão Pontifícia para a América Latina vai prolongar-se durante o dia.

Na parte da tarde será dado espaço aos testemunhos daqueles que trabalham no contexto da reconstrução, havendo posteriormente um espaço comum de discussão e debate sobre os critérios de ação e prioridades para o futuro.

No fim dos trabalhos, D. Giampietro Dal Toso, secretário do Pontifício Conselho "Cor Unum", fará uma síntese conclusiva sobre os problemas e as perspectivas a serem abordadas no futuro.

O Secretário de Estado, D. Pietro Parolin preside à celebração eucarística no fim do dia.

A Caritas portuguesa vai assinalar, esta segunda-feira, o trabalho que tem realizado para que as populações locais “mais atingidas” recuperarem do drama que viveram e retomarem as suas vidas.

Desde 2010, foram implementados “mais de 30 projetos financiados por 12 países” incluindo Portugal, nas áreas “da alimentação, saúde, recursos hídricos, educação, emprego, habitação e capacitação social”, assinala um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

JCP/LS

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Agência ECCLESIA

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