Vaticano: Papa alerta para «narcisismo religioso»

Francisco diz que só Espírito Santo dá a «liberdade» que muitos procuram

Cidade do Vaticano, 09 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para o perigo do “narcisismo religioso” e explicou que o Espirito Santo “ensina a amar” e liberta o coração da “rigidez”.

“Somente o Espírito Santo move o coração para dizer 'Pai'. Podem-se fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de ioga, zen, mas isso nunca vai ser capaz de dar a liberdade de filho”, revelou o Papa, na Eucaristia matinal na Capela da Casa de Santa Marta.

“Quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza (de coração)?”, questionou.

Segundo Francisco, só o Espírito Santo “é capaz” de transformar um coração e torna-lo “macio”: “Eu prefiro a palavra ‘dócil’, ao Senhor, à liberdade do amor”.

Segundo a Rádio Vaticano, na homilia da Eucaristia celebrada ao início da manhã, o Papa inspirou-se no relato do Evangelho de São Marcos sobre a multiplicação dos pães e de Jesus a caminhar sobre a água.

“Os discípulos não entenderam o milagre dos pães porque o coração deles estava endurecido”, observou.

Francisco alertou para o perigo de se construir um “mundo fechado”, seja pessoal ou comunitário, e enumerou situações algumas situações: “Orgulho, suficiência, pensar que sou melhor do que os outros, inclusive a vaidade”.

“Existem o homem e a mulher espelho, que estão fechados por olharem continuamente para si mesmos”, disse sobre a vaidade e explicou estes “narcisistas religiosos” têm o coração duro, fechado, e “defendem-se com muros”.

Ainda neste contexto, apresentou também como exemplo os fiéis que se sentem inseguros e se escondem na lei, seguindo “literalmente” os mandamentos.

Segundo o Papa, quem procura “solidez” na lei é contrário à liberdade que Jesus trouxe e sente-se seguro como alguém numa “cela de uma prisão, numa segurança sem liberdade”.

“O amor perfeito expulsa o temor que supõe o castigo. Quem teme não é perfeito no amor, tem sempre medo de que aconteça algo de doloroso, triste, que faça arriscar a salvação eterna”, acrescentou Francisco.

RV/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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