Bispo da Guarda diz que novo ano tem de ser defesa da dignidade humana
Guarda, 02 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo da Guarda apontou 2015 como uma oportunidade para “fazer progredir a sociedade e o mundo”, em primeiro lugar ao nível da preservação da “dignidade humana”.
Esta quinta-feira em Seia, durante a primeira missa do novo ano, D. Manuel Felício referiu que “práticas” como a “compra e venda de pessoas” atiradas para a “escravatura” ou “exploração sexual”, entre outras situações ainda recentemente “enumeradas” pelo Papa Francisco, são “um retrocesso na caminhada civilizacional”.
“Por estranho que pareça, práticas como estas estão a acontecer em pleno século XXI e constituem por si mesmas desafio à consciência da humanidade”, observou o prelado na sua homilia, enviada à Agência ECCLESIA.
Para o responsável católico, “a liberdade e autonomia” das pessoas “são bens inalienáveis”, e a “comunhão e relação fraterna” não só “tem de ser promovida por todos” como é uma “vocação” de toda a sociedade.
D. Manuel Felício deu como exemplo também o atual modelo financeiro que rege o mundo, os seus “processos económicos de produção e consumo”.
“Precisamos de ver, nas nossas sociedades, com mais transparência, que a economia está sempre ao serviço das pessoas e nunca as pessoas instrumentalizadas pela economia, seja em que circunstância for”, salientou.
O bispo da Guarda considerou ainda “legítimo pedir aos responsáveis pela organização da sociedade, como o faz o Papa, vigilância constante e de forma concertada entre as várias instâncias responsáveis pela promoção do bem das pessoas e das comunidades”.
Em 2015, a Igreja Católica vai continuar a reflexão à volta do tema da Família, estando marcada para outubro a segunda parte do Sínodo dos Bispos dedicado a esta questão.
A Santa Sé já publicou e enviou às diversas conferências episcopais as linhas mestras que vão estar na base do debate.
Na sua intervenção, D. Manuel Felício também se refere à 14ª Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, exortando as comunidades católicas “a participar ativamente, com entusiasmo e à sua medida, na preparação” daquele evento.
Marcado para Roma, entre 4 e 25 de outubro, o Sínodo dos Bispos vai ter como tema “A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo”.
JCP