Diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações sublinha importância da educação da «diversidade» cultural desde a infância
Lisboa, 01 jan 2015 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) comenta a mensagem do Dia Mundial da Paz do Papa Francisco e destaca o apelo à “fraternidade e à dignidade da pessoa humana” que deve ser ensinado desde a infância.
“Nas escolas tomamos consciência que refletem a sociedade e a diversidade cultural e esta educação para a fraternidade pode e deve começar desde tenra idade: Para o respeito, a autonomia, a liberdade, a aceitação da diversidade cultural, o papel diferente que cada um pode ter”, explica Eugénia Quaresma sobre uma parceria que a OCPM está a desenvolver com o Instituto Padre António Vieira.
“Vamos começar a ir a escolas mas também às instituições onde estão crianças e jovens em contexto de vulnerabilidade”, desenvolveu à Agência ECCLESIA.
Sobre a mensagem do Papa – Já não escravos, mas irmãos – para o Dia Mundial da Paz, a responsável da OCPM destaca a “tónica nas relações interpessoais” e a construção da paz que “começa” justamente nas pequeninas coisas, nos gestos e comportamentos”.
Para Eugénia Quaresma, Francisco pede atenção aos detalhes que “desviam do encontro com o outro”, de reconhecer, no caso dos cristãos, “o irmão”.
“Irmãos não só filhos do mesmo pai e mãe, da mesma terra, mas ser capaz de levar este olhar a toda a humanidade”, acrescenta sobre o que considera o “grande desafio” da mensagem.
Nesse sentido, a diretora da OCPM considera que o apelo é ao reconhecimento da “dignidade” do ser humano, por “muitas imperfeições que tenha”, dos valores que lhe “são inerentes”.
O Papa destacou o trabalho das congregações religiosas femininas na prevenção, alerta e acompanhamento deste flagelo mundial, que também “existe no mundo das migrações”, e a interlocutora assinala o que considera um “outro salto” das irmãs com a “sensibilização” da sociedade civil.
A mensagem aborda as várias faces da escravatura e, segundo a entrevistada, quem vive “muito tempo na pobreza e na exclusão” acaba por “esquece-se” que tem uma dignidade e o trabalho que a OCPM desenvolve também passa por “ajudar a redescobrir”.
“Quem já descobriu esta dignidade e que tem direitos precisa de descobrir que tem deveres”, comenta ainda Eugénia Quaresma, entrevistada No programa ECCLESIA na Antena 1.
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