Vaticano recebeu reuniões bilaterais que levaram à libertação de presos políticos
Lisboa, 17 dez 2014 (Ecclesia) – Os Estados Unidos da América e Cuba decidiram hoje restabelecer as relações diplomáticas e económicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois de chegada ao poder de Fidel Castro.
Segundo o presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa Francisco intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.
“Sua Santidade, o Papa Francisco, dirigiu-me um apelo pessoal, bem como ao presidente de Cuba, Raúl Castro, pedindo-nos que resolvêssemos o caso de Alan [Gross, preso há cinco anos em Cuba] e que tivéssemos em consideração os interesses de Cuba na libertação de três agentes cubanos que estão presos nos Estados Unidos há mais de 15 anos”, revelou Obama, em conferência de imprensa.
Além destas pessoas, Cuba libertou ainda um responsável dos serviços secretos norte-americanos, preso há vários anos.
A Secretaria de Estado do Vaticano anunciou, em comunicado, que o Papa Francisco “saúda vivamente a histórica decisão” dos dois países, que restabelecem relações diplomáticas “pelo interesse dos respetivos cidadãos”, superando as “dificuldades que marcaram a sua história recente”.
A nota confirma que o pontífice argentino escreveu a Raúl Castro e Barack Obama, “convidando-os a resolver questões humanitárias de interesse comum, como a situação de alguns detidos, para dar início a uma nova fase das relações entre as partes”.
A Santa Sé recebeu em outubro delegações dos dois países em outubro deste ano, no Vaticano, oferecendo “os seus bons ofícios para favorecer um diálogo construtivo sobre temas delicados”.
Desse encontro “surgiram soluções satisfatórios para ambas as partes”, acrescenta a nota oficial.
A Santa Sé revela que “vai continuar a apoiar as iniciativas” que os Estados Unidos da América e Cuba levem a cabo para promover “as suas relações bilaterais e favorecer o bem-estar dos respetivos cidadãos”.
A troca de prisioneiros marcou uma “mudança histórica” nas relações diplomáticas e económicas entre as duas nações, segundo a Casa Branca, que passa ainda pelo alívio das sanções impostas unilateralmente pelos Estados Unidos da América.
Raúl Castro, por sua vez, elogiou o papel do Papa Francisco e do Vaticano, que acolheram o encontro conclusivo de 18 meses de conversações decorridas em segredo.
OC
Notícia atualizada às 17h55