Igreja no Uganda agradece atenção do Papa

O arcebispo de Gulu, norte de Uganda, D. John Baptist Odama, agradeceu a João Paulo II o apleo que lançou no passado Domingo à comunidade internacional e aos responsáveis políticos nacionais para que se ponha fim aos “trágicos conflitos” que atingem este país africano e o Sudão. Antes de rezar o Angelus com os peregrinos presentes em Castel Gandolfo, o Papa recordou que “há mais de dezoito anos o norte de Uganda é abalado por um conflito desumano que envolve milhões de pessoas, sobretudo crianças”. Para D. Odama, uma das primeiras vozes a levantar-se contra o massacre das populações civis no norte do Uganda, “o chamado do Papa para pôr fim à guerra no norte de Uganda e no Sudão é uma importante contribuição para a paz”. O prelado, também presidente de ARLPI (Iniciativa para a Paz dos Líderes Religiosos da região Acholi), apontou como motivo de esperança, depois de tantos anos, o facto de que “muitos guerrilheiros estejam abandonando as fileiras da guerrilha valendo-se da lei de amnistia”, segundo a qual os rebeldes que se renderem às autoridades não serão perseguidos pela justiça. O preço da guerra no Uganda inclui mais de 120.000 mortos e o deslocamento de mais de um milhão de pessoas. A isto soma-se o drama das crianças-soldado, com 25.000 meninos a ser envolvidos na guerrilha e reduzidos à escravidão, no conflito que desde 1986 os ugandenses vivem devido à luta de Joseph Kony – um visionário patrocinado pelo Sudão – e os seus rebeldes do “Exército de Resistência do Senhor” (LRA) contra o governo de Campala. Fontes da imprensa internacional assinalam que guerrilheiros do LRA atacaram algumas aldeias sudanesas controladas pelo SPLA (Exército de Libertação Popular do Sudão), o principal grupo de guerrilha que há décadas se opõe ao governo de Cartum. “O que ocorreu no Sudão é um facto preocupante que poderia acrescentar novas complicações”, diz D. Odama em entrevista à agência Fides. “Os dois conflitos estão relacionados. Por isso, pedimos com força à comunidade internacional que intervenha no conflito ugandense”, conclui.

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