Beja: Que «as searas cristãs do Alentejo» levem «o verde da esperança» ao «coração ressequido de tanta gente»

D. João Marcos, na entrada como bispo coadjutor da diocese

Lisboa, 01 dez 2014 (Ecclesia) – D. João Marcos afirmou este domingo na homilia da missa de entrada na Diocese de Beja como bispo coadjutor que “o Alentejo precisa de esperança” num tempo em se vive uma “retração de Deus”.

“É tempo de as searas cristãs do Alentejo levarem o verde da esperança sobrenatural ao coração ressequido de tanta gente que, sendo embora religiosa, não experimenta que o céu existe, mesmo, que Deus não é uma ideia abstrata e inconsistente, mas a fonte de toda a realidade”, disse D. João Marcos.

Para o bispo coadjutor de Beja, “o Alentejo precisa de esperança, precisa de cristãos que vivam seriamente a fé e a caridade para puderem dar testemunho credível da esperança cristã”.

Na homilia da missa no seminário diocesano, presidida pelo bispo de Beja D. António Vitalino, D. João Marcos desafiou os cristãos a não reduzir do cristianismo a “práticas religiosas inconsequentes” ou a uma “moral que os pagãos consideram desumana”.

“É tempo de passarmos de um cristianismo reduzido tantas vezes a umas práticas religiosas inconsequentes, a uma doutrina que mal se conhece e a uma moral que os pagãos consideram desumana, é tempo de passarmos de um cristianismo reduzido por alguns a uma terapia e a uma almofada psicológica para fugir da realidade para um cristianismo vivo no qual resplandece o mistério da cruz, um cristianismo solidamente enraizado na Páscoa do Senhor”, sublincou.

Para o novo bispo coadjutor de Beja, “Deus desapareceu da vida social”.

“Vivemos hoje uma retração de Deus. Deus desapareceu da vida social e da vida de muitas pessoas. Vive-se como se Deus não existisse”, assegurou D. João Marcos.

 “Sem Deus, o homem fica diminuído, desorientado, fechado num aqui e agora sem horizontes, fabricando idolatrias, caindo de desilusão em desilusão”, sustentou.

O bispo coadjutor de Beja comparou a vida humana a um rio: desconhecendo Deus que “é a sua fonte a sua foz”, fica reduzida “a um lago, às vezes a um charco de águas paradas”.

Na homilia da missa de entrada na diocese de Beja como bispo coadjutor, D. João Marcos saudou todos os presentes e também os ausentes, nomeadamente os que têm uma ligação à Igreja “débil ou inexistente”.

“Venho também para eles com a missão do servo do Senhor de proclamar inteiramente a justiça nova do Evangelho sem apagar a mecha que ainda fumega”, sustentou.

D. João Marcos, com 65 anos de idade e até agora diretor espiritual do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater, foi nomeado a 10 de outubro pelo Papa Francisco como bispo coadjutor de Beja, com direito de suceder a D. António Vitaliano, atual responsável diocesano.

LS/PR

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