Cidade do Vaticano, 17 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, durante a missa na Casa de Santa Marta, para a tentação dos cristãos se fecharem num “microclima eclesiástico” e esquecerem o resto da sociedade, sobretudo os mais carenciados.
Numa homilia publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, Francisco salientou que este é um problema que tem marcado a caminhada da Igreja Católica “em todas as épocas”.
A questão vem expressa no Evangelho de hoje, em que São Lucas conta a história de um cego de Jericó que procurava chegar a Jesus, pois “tinha sede de salvação”, de “ser curado”, mas que se viu confrontado com a oposição dos discípulos.
Para o Papa argentino, a atitude dos Doze prefigura o caso daqueles cristãos que se sentem parte de um círculo “privilegiado” e assim se “afastam da Igreja de Deus, que sofre, que pede salvação, que pede fé, que pede a Palavra de Deus”.
“Isto acontece com frequência entre nós, padres, bispos mas também fiéis: de tanto olharmos para Deus, não pensamos nas suas necessidades: não olhamos para o Senhor que tem fome, que tem sede, que está na prisão, que está no hospital. ‘Aquele Senhor não, pois é um marginalizado’. E este clima faz-nos tão mal”, apontou.
Francisco concluiu a homilia exortando as comunidades católicas a serem capazes de “pedir a graça de serem povo fiel de Deus, sem pedir ao Senhor qualquer privilégio que as afaste do Seu povo”.
JCP