Burquina Faso: Arcebispo destaca vontade de «diálogo» para ultrapassar crise

Uagadugu, 07 nov 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Uagadugu, capital do Burquina Faso, em África, revelou que “existe o desejo de dialogar” para sair da crise provocada pela fuga do presidente da república, depois de 27 anos de poder.

“O presidente subestimou a raiva da população que aspira a uma maior justiça social”, disse o cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo sobre a tentativa do presidente Blaise Compaoré impor um terceiro mandato através de alterações à Constituição.

Em entrevista às Obras Missionárias da França, divulgada pela Agência Fides, do Vaticano, o responsável religioso assinalou que a crise que motivou a fuga do agora ex-presidente, no poder desde 1987, foi “uma insurreição popular e não de um golpe de Estado militar”.

“A tomada do poder do coronel Isaac Zida não respeita a Constituição, que prevê que a transição seja garantida por um civil”, comentou o arcebispo de Uagadugu.

Os militares, revela o arcebispo, numa reunião a 3 de novembro disseram que “não” querem “derramar sangue dos filhos da nação” e, além disso, também têm medo que sejam impostas sanções internacionais que iam “enfraquecer ainda mais o Burquina Faso, um dos países mais pobres da África”.

Para D. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, depois das tensões dos últimos dias com “roubos e a morte de cerca de trinta pessoas”, existe a “sensação” que o governo de transição alterou “a sua política” e pretende “dialogar com os vários partidos, os setores civis e religiosos do país, para sair o quanto antes da crise”.

AF/CB

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