Espiritualidade: Mística é o fundamento de afirmações de fé e compromissos sociais

Congresso refletiu sobre «A experiência mística cristã»

Fátima, Santarém 20 out 2014 (Ecclesia) – O provincial da Ordem Portuguesa dos Carmelitas Descalços afirmou este sábado que tanto as afirmações de fé como os compromissos dos cristãos diante da pobreza e das injustiças “tem de ter uma mística”.

“Penso que a pastoral da Igreja precisa de integrar a mistagogia, a pedagogia da oração. Não podemos, desde a infância até à vida adulta, preocuparmo-nos em transmitir conhecimentos teóricos e apelar ao compromisso dos cristãos com as realidades da pobreza, das injustiças sem que este compromisso tenha uma mística, uma motivação de fundo”, revelou o frei Joaquim Teixeira à Agência ECCLESIA à margem do congresso sobre a “Experiência Mística Cristã”

Para o provincial da Ordem Portuguesa dos Carmelitas Descalços é necessário “contagiar” os cristãos para a “experiência de Deus” através “da mística, da espiritualidade e da oração”, incluindo a “dimensão da introdução à relação com Deus” em toda a pastoral da Igreja para que não seja apenas teórica.

Frei Joaquim Teixeira assinalou que “um catequista ou um pastor” devem rezar de “forma vivencial para ensinar a rezar” porque também se ensina “pelo testemunho de oração de relação com Deus.

Para o religioso carmelita, é importante estudar a mística num congresso para que os cristãos, os crentes conheçam os “grandes homens e mulheres da história da Igreja que tiveram a experiência de Deus” e que hoje são capazes de “contagiar e de induzir à experiência” para que a fé não seja apenas teoria.

“Uma fé sem experiência é muito teórica e por ventura fica apenas na crença de um conjunto de normas, regras mas não entra no cerne da vida cristã que é entrar neste mistério, nesta sabedoria e experiência de Deus”, desenvolveu o provincial da Ordem Portuguesa dos Carmelitas Descalços, referindo que os místicos conduzem sempre ao “núcleo” da fé.

O Comissário da Ordem do Carmo em Portugal acrescentou em declarações à Agência ECCLESIA que as ordens religiosas, em concreto as de tradição carmelita, com os seus santos, podem “levar as pessoas a uma maior e profunda experiência da vivência da sua fé, da presença de Deus na sua vida”.

Segundo o padre Ricardo Raínho, a Ordem do Carmo através da sua presença nas paróquias e diversas casas com encontros e retiros transmitem “essa experiência” da presença de Deus, enquanto frades que origina o “aprofundamento da fé”.

O Congresso a Experiência Mística Cristã foi organizado pela Família Carmelita e Teresiana entre os dias de 17 a 19 de outubro na Domus Carmeli, em Fátima, e realizou-se no contexto dos 500 anos do nascimento de Santa Teresa de Jesus.

JCP/CB/PR

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