Sínodo: Cardeal alemão diz que «rejeição» deve estar fora da linguagem da Igreja

Assembleia geral extraordinária sobre a família espera por proposta de texto final

Cidade do Vaticano, 17 out 2014 (Ecclesia) – O cardeal alemão D. Reinhard Marx, arcebispo de Munique, disse hoje no Vaticano que a linguagem da “rejeição” não é a linguagem da Igreja, comentando os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família.

O também presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) falou aos jornalistas a respeito da assembleia geral extraordinária que decorre até domingo e referiu que as comunidades católicas são chamadas a estar “ao lado das pessoas” em todas as suas situações.

Nesse contexto, o cardeal Marx disse que os divorciados e as pessoas casadas civilmente não são “cristãos de segunda classe”.

O arcebispo de Munique observou que o debate não aborda mudanças doutrinais, mas de encontrar uma linguagem nova, que evite ver as situações delicadas das famílias e das pessoas “a preto e branco”.

A intervenção recordou que o Catecismo da Igreja não condena os homossexuais pela sua condição mas considera “inaceitável” a prática da homossexualidade.

O cardeal alemão entende que é “inconcebível” que se diga a alguém que não pode viver o Evangelho por ser homossexual.

Já sobre o acesso dos divorciados recasados à Comunhão, um dos temas que divide a assembleia, D. Reinhard Marx admitiu que este é um tema “muito importante” na Alemanha e que o debate “aberto e sincero” deverá continuar.

O magistério da Igreja, precisou, não é uma “coleção” de frases e tem evoluído, ao longo da história.

D. Georges Pontier, arcebispo de Marselha e presidente da Conferência Episcopal Francesa, também falou aos jornalistas sobre os trabalhos da assembleia extraordinária.

“O tema deste sínodo abordava os desafios da família e nós começamos a partilhar sobre esses desafios, mas depois demo-nos conta de que era preciso não esquecer que muitas pessoas estão bem e que muitas coisas bonitas se passam”, precisou.

A mensagem sobre a família como “célula fundamental para o bem-estar” do ser humano e a necessidade de “reinvestir na evangelização” são alguns dos temas que emergiram nos últimos dias, durante as reuniões dos grupos linguísticos.

O prelado foi questionado sobre a ‘Manif Pour Tous’ que levou centenas de milhares de pessoas às ruas de Paris no dia 5 de outubro, para defender a família e protestar contra a procriação medicamente assistida para uniões do mesmo sexo.

D. Georges Pontier confessou ter ficado impressionado por “ver as jovens gerações” comprometidas no “debate legislativo” e nas grandes causas da vida.

Os bispos vão reunir-se este sábado para aprovar a mensagem do Sínodo e o relatório final, que é considerado como um passo rumo à assembleia geral ordinária de 2015, também sobre o tema da família.

Segundo o cardeal Marx, o debate foi “intenso” mas existe vontade de “encontrar um caminho comum”.

OC

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