D. António Vitalino sublinha importância da «convivência de gerações»
Beja, 30 set 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, sublinhou a importância da “convivência de gerações” e da atenção aos idosos na sociedade e na Igreja, através da construção de comunidades inclusivas.
“Temos de ser criativos e persistentes na evangelização, na inclusão de todas as gerações na sociedade e na ação da Igreja, pois costumes e ambientes arraigados não se mudam numa só geração”, alerta o prelado na nota semanal, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O bispo de Beja revela que constatou que muitas pessoas que compreendem a importância dos idosos “avaliam” a missão da Igreja “também a partir do modo” os seus agentes como tratam os mais velhos.
“Todos, a começar por mim, temos de ajudar as nossas comunidades a integrar os idosos na ação apostólica, presbíteros incluídos, não os atirando para um lar ou residência sacerdotal, sem qualquer função na sociedade e na Igreja”, acrescentou.
A Diocese de Beja constatou que o número de fiéis entre os 15 e os 39 anos, bem como pessoas do género masculino tinha diminuído na Eucaristia dominical, por isso, fez um recenseamento, a 16 e 17 de novembro de 2013, onde perguntou aos representantes dos seis arciprestados como proceder para subir esta percentagem.
No Dia Diocesano, a 27 de setembro, foram apresentados os resultados deste recenseamento, com “respostas ricas e variadas” e o prelado adianta que é preciso “continuar a reflexão e encontrar medidas concretas de ação apostólica nas paróquias e movimentos”.
D. António Vitalino contextualiza que no Alentejo existe a “mentalidade e tradição” que a Igreja e a religião são para as crianças e mulheres.
Para além de uma “profunda conversão de todos” e mudança “no estilo de evangelização e de colaboração” nas comunidades, o bispo diocesano sugere “trabalhar mais a partir da família” com a inclusão de todas as gerações, “com especial atenção para os mais frágeis, crianças e idosos”.
O bispo de Beja compreende a “menor disponibilidade” de quem está na vida ativa mas acrescenta que é preciso “envolver mais a família na catequese, na celebração dos sacramentos, na vivência da caridade”.
Sobre a inclusão de todas as gerações, D. António Vitalino assinala ainda o Dia dos Avós promovido pelo Papa Francisco, este domingo no Vaticano, ao qual não faltou o Papa emérito Bento XVI.
“Foi mais um gesto do Papa alertando para o valor e a dignidade da pessoa idosa, hoje muitas vezes tratada como algo descartável”, desenvolveu o prelado que alerta que este abandono resulta na perda da “memória” e das “raízes da história e se hipoteca o futuro da sociedade”.
CB/OC