Turismo: Obra Nacional aponta potencial por explorar

Presidente do organismo dá como exemplo vertente da «evangelização» e pede «criatividade pastoral» aos cristãos

Coimbra, 27 set 2014 (Ecclesia) – A mensagem da Igreja Católica portuguesa para o Dia Mundial do Turismo, que hoje se assinala, defende que o setor pode e deve ir mais além no seu contributo para a sociedade, uma vez que abrange os mais variados aspetos da vida humana.

No documento, enviado à Agência ECCLESIA, o presidente da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) reconhece que o turismo tem assumido em Portugal um papel essencial na promoção da economia, no crescimento do emprego, no desenvolvimento de infraestruturas” e atividades direta ou indiretamente "ligadas à ação turística".

No entanto, o padre Carlos Godinho sublinha que a atividade turística, liberta  “de uma conceção exclusivamente economicista”, teria no país um valor estratégico "multidimensional", impulsionando entre outros o crescimento “geográfico, legal, social, ecológico e antropológico”.

“Esta última dimensão", frisa o sacerdote, "compreende a visão do homem na sua totalidade, em que necessariamente se insere a sua vivência espiritual”.

Para o presidente da ONPT, “o turismo tem de contemplar as assimetrias geográficas, cuidando das potencialidades de todo o território nacional; de ter em consideração a vivência das comunidades, salvaguardando a sua cultura e identidade; bem como preservar o património natural, numa autêntica responsabilidade ecológica”.

Aquele responsável considera ainda essencial que o setor “não se demita da sua contribuição para o bem integral de cada pessoa, seja pela redistribuição dos proveitos da atividade turística, seja criando as condições necessárias para uma valorização integral de cada visitante e suas respetivas famílias.

No que toca aos proveitos que são conseguidos pelo turismo, a ONPT defende a sua utilização para a promoção de salários mais “justos”, de horários de trabalho mais “equilibrados” e para a “valorização” de outras “atividades económicas, como a agricultura, a pecuária e o artesanato".

Estando presente a “nível nacional, diocesano e paroquial”, a Igreja Católica "tem  uma responsabilidade especial" na área do turismo, prossegue o padre Carlos Godinho.

De acordo com aquele responsável católico, ela deve assegurar que “os cristãos que trabalham no setor” façam do turismo uma ferramenta de “desenvolvimento económico e comunitário”, reforçando a formação desses leigos na área da "Doutrina Social da Igreja".

O sacerdote lembra ainda que o turismo é também uma oportunidade de "evangelização", pedindo aos leigos capacidade de "acolhimento" e "criatividade pastoral".

Por outro lado, “enquanto comunidades integradoras das vivências locais”, as paróquias têm o dever de colaborar “com as demais instituições comunitárias” na preservação da “cultura e identidade” de cada região, evitando “que estas se desvirtuem ou se empobreçam”.

“O património cultural e religioso” deve merecer “particular atenção”, não só porque faz parte da “identidade” de cada região mas também porque “serve o enriquecimento humano e espiritual de quem visita essas comunidades”, conclui o presidente da ONPT.

JCP

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Agência ECCLESIA

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