Aveiro: D. António Moiteiro apresenta-se como «homem do terreno, da pastoral»

Novo bispo diocesano recorda percurso como pároco e esforço por estar próximo das pessoas

Fátima, Santarém, 13 set 2014 (Ecclesia) – D. António Moiteiro, o novo bispo de Aveiro, falou à Agência ECCLESIA do seu percurso de descoberta da vocação sacerdotal, as dúvidas e incertezas deste chamamento e a importância do seu trabalho como pároco na atual missão episcopal.

“Neste momento e após dois anos como bispo auxiliar em Braga sinto que ter estado no seminário, dez anos como diretor espiritual, e também ter sido pároco de paróquias grandes e rurais pequenas deram-me uma visão bastante fiel da realidade das nossas dioceses o que ajuda de facto na missão e no exercício do ministério episcopal”, revelou.

Na Arquidiocese de Braga, o prelado visitou 114 paróquias e já tinha planeado visitas a mais dois arciprestados, antes de ser nomeado bispo de Aveiro.

“É evidente que para além da amizade com os sacerdotes também procurei fazer amizade com muitos leigos nas visitas pastorais e uma preocupação que tinha era dar continuidade às visitas”, explicou o bispo que em várias paróquias, depois da missa crismal, deu início a “grupos de jovens”.

Ao bispo que não se considera “de maneira nenhuma um intelectual” mas “um homem do terreno, da pastoral” que tem de ser feita com as pessoas é reconhecida a característica da proximidade.

O novo bispo da Diocese de Aveiro, para além da licenciatura em Teologia, de uma licenciatura em Ciências Religiosas e Catequética também fez um doutoramento em Teologia Pastoral, “baseada nos catecismos desde 1952 até aos de 1993”, na sequência do trabalho desenvolvido na elaboração do programa nacional de catecismos.

Hoje, D. António Moiteiro toma posse canónica numa cerimónia privada junto ao Túmulo de Santa Joana Princesa, perante do Colégio dos Consultores, às 11h00, e este domingo a celebração eucarística que assinala a entrada solene realiza-se às 16h00 na Catedral de Aveiro.

O bispo revela que “desde pequenino” sentiu “o chamamento” à vida sacerdotal “pelo ambiente familiar, religioso” e também “pelo exemplo do pároco” que era “um homem bom que se entregava totalmente à missão”.

A ordenação sacerdotal, “quase com 26 anos”, só aconteceu depois de “resolvidas uma série de questões”, que acompanham a vida “de um adolescente e início de vida adulta”, como “a questão felicidade; do futuro; da vida afetiva”

Foi vigário paroquial e com outro sacerdote desempenhou as funções de pároco: “Nunca vivi sozinho como padre e enquanto pároco nunca estive sozinho. Sempre formamos uma comunidade de dois ou três sacerdotes que tínhamos várias paróquias”.

Com lema episcopal ‘É preciso que Jesus reine’ que retomou do “venerável D. João de Oliveira Matos”, bispo auxiliar da Guarda, cujo processo de beatificação está a decorrer na Santa Sé, D. António Moiteiro revela que “foi algo natural” lembrar-se deste “servo de Deus” para viver este ministério.

“O estilo dele das visitas pastorais também procurei que passasse para a minha vida de bispo e posso afirmar que há uma semelhança muito grande”, assinala o também vice-postulador desta causa de canonização.

“Espero vê-lo nos altares proximamente para que seja modelo reconhecido pela Igreja. Estamos com esse processo entre mãos à espera que seja reconhecido”, acrescenta o prelado que esteve em Roma em junho, aquando a sua nomeação para a Diocese de Aveiro, com o bispo da Guarda.

LS/CB/OC

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