Projeto renovado conta com o envolvimento de figuras públicas como a fadista Carminho e o ator João D’Ávila
Lisboa, 26 ago 2014 (Ecclesia) – O recurso às novas tecnologias e ao envolvimento no projeto de figuras públicas como a fadista Carminho e o ator João D’Ávila são as grandes novidades do renovado museu dedicado a Santo António, junto à Sé de Lisboa.
Reaberta em julho deste ano, depois de ter sido alvo de vários trabalhos de remodelação, a obra procura fazer jus àquele que é um “símbolo maior da cultura portuguesa” e uma figura “presente em praticamente todos os continentes”, salienta o diretor do museu.
Pedro Teotónio Pereira, que abriu as portas do museu à Agência ECCLESIA, destaca “as muitas histórias relacionadas com as tradições” de Santo António, que estão agora à disposição do público.
Pormenores relacionados com o seu próprio percurso de vida, desde o nascimento em Lisboa, no final do século XII, à entrada na vida religiosa; passando pela viagem para Marrocos e os últimos anos vividos na cidade de Pádua, em Itália.
Ligados também à forma como Santo António tocou e continua a tocar hoje, 783 anos depois da sua morte, a vida das pessoas.
O diretor do museu recorda que “Santo António influenciou muitos frades, ao longo dos séculos, na preparação dos seus sermões” e distinguiu-se também como “grande taumaturgo”, com os seus “milagres” a serem imortalizados através de “inúmeras” representações, sobretudo esculturas, quadros, painéis de azulejo ou peças de cerâmica.
Canonizado em 1232, o santo português afirmou-se como padroeiro principal da cidade de Lisboa, “protetor das casas e das famílias”, dos pobres, das mulheres grávidas, dos casais, dos oprimidos e das pessoas que pretendem encontrar objetos perdidos.
Neste contexto, o museu recorreu a várias figuras públicas, como a fadista Carminho, o ator João D’Ávila e a cantora Maria Bethânia, para apresentar os episódios ou as obras mais significativas do percurso de Santo António.
As descrições estão disponíveis em vídeo e áudio através de uma plataforma multimédia interativa, desenvolvida de modo a ser consultada de forma intuitiva pelas pessoas.
Em foco na exposição estão também diversas peças associadas ao culto popular de Santo António, com realce para as pequenas representações em barro, que eram “presença obrigatória em todas as casas”.
“Muitas vezes era sobre estas imagens que as pessoas davam alguns castigos a Santo António para que se cumprisse as suas promessas ou pedidos: normalmente tiravam o menino ao Santo António ou metiam-no dentro de um poço”, conta Pedro Teotónio Pereira.
Armando de Matos, Teófilo Braga ou José Leite de Vasconcelos foram alguns dos etnógrafos portugueses do final do século XIX – principio do seculo XX, que se dedicaram à recolha destas histórias, e que cujos escritos estão disponíveis ao público, também através de uma plataforma multimédia.
Criado em 1962 e reinaugurado em julho deste ano, o Museu de Santo António vai ser tema em destaque hoje às 15h30, no Programa ECCLESIA na RTP2.
JCP