Antigo responsável pela Congregação para as Causas dos Santos aborda processos de canonização de portugueses
Lisboa, 22 ago 2014 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), confessa que gostaria de ver a irmã Lúcia beatificada em 2017, ano do centenário das aparições em Fátima.
O cardeal encontra-se em Portugal e falou com responsáveis da Diocese de Coimbra que estão a trabalhar na beatificação de Lúcia de Jesus (1907-2005), uma das videntes de Fátima.
“O processo da Lúcia tem caraterísticas próprias, é uma figura universal, tem documentação muito rica, há muitíssima correspondência, e é preciso examinar tudo”, declarou à Agência ECCLESIA, a respeito da alegada demora nesta fase.
D. José Saraiva Martins diz que seria “fantástico” se essa celebração fosse acompanhada pela canonização dos outros dois pastorinhos, os beatos Francisco e Jacinta.
Os processos dependem ainda do reconhecimento de milagres atribuídos à intercessão dos pastorinhos, por parte do Vaticano, estando em estudo uma cura no Brasil, no caso dos dois beatos.
“Seria uma graça de Deus para a Igreja portuguesa e não só, uma grande graça”, realça.
O responsável disse ainda que no caso do beato Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), uma canonização equipolente, sem a exigência de um novo milagre, seria “possível”, mas “depende do Papa”.
Esta hipótese foi adiantada este ano pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, no contexto das celebrações do 500.º aniversário de nascimento do religioso, beatificado em novembro de 2001 por São João Paulo II.
“O milagre é uma espécie de marca que Deus põe”, precisa D. José Saraiva Martins, para quem frei Bartolomeu dos Mártires “é uma figura extraordinária, de grande atualidade”, que se destacou como “uma das grandes estrelas no Concílio de Trento”.
PR/OC