Verão: Juventude Hospitaleira envolve mais novos no trabalho com doentes mentais

Patrícia Tavares sublinha importância de combater «estigma social»

Lisboa, 18 ago 2014 (Ecclesia) – A Juventude Hospitaleira faz dos campos de férias junto de pessoas com doença mental uma proposta para o verão, e uma nova etapa do projeto vai decorrer entre 1 e 9 de setembro, no Telhal, Concelho de Sintra.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Patrícia Tavares, que realiza esta atividade de voluntariado há cerca de cinco anos, destaca a relevância dos campos de férias para levar “um sorriso” a pessoas que “necessitam de muito amor e carinho” mas que também “dão muito”.

É uma oportunidade dos mais novos ajudarem a combater o preconceito que envolve as pessoas com deficiência.

Para Patrícia Tavares, existe claramente ainda “um estigma social relacionado com a doença mental” e é bom para os jovens “lidarem com coisas que não são tão aceites como isso” e transformarem também a sua visão.

Ela própria teve de lidar com isso, quando foi convidada por uma amiga a participar no projeto.

No entanto, o “receio de não se adaptar a uma realidade diferente” deu lugar ao entusiasmo de estar e de trabalhar com os doentes.

 “As pessoas surpreendem-nos, aprendemos a ver uma realidade diferente e o mundo com outros olhos. Dá-nos a oportunidade de conhecermo-nos a nós próprios, aquilo que somos capazes de fazer e às vezes não temos a coragem de o fazer”, admite a jovem.

Fundado há cerca de 25 anos, o movimento integrado na congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus promove campos de férias um pouco por todo o país e também nas ilhas.

As atividade consistem sobretudo no “estabelecimento de dinâmicas entre os jovens e os doentes”, com recurso a “jogos lúdicos”, de interação entre ambas as partes.

“Muitas vezes, os próprios pacientes dão lições de vida e ajudam os jovens a descobrir coisas que nunca tinham pensado”, salienta Patrícia Tavares.

Como movimento que tem o intuito de “ajudar os jovens a descobrirem a figura de Cristo”, a Juventude Hospitaleira tem também no projeto uma ferramenta essencial.

Das mais variadas formas, os doentes “ajudam” os voluntários a “descobrir” o rosto de Jesus, “de maneira simples e verdadeira”.

A espontaneidade e a “frontalidade” que caraterizam o encontro com os doentes são coisas que também marcam os jovens voluntários.

“No dia-a-dia estamos tão à espera do que seja socialmente correto e dizer o que está bem que é bom sairmos desse mundo, passarmos para além disso”, conclui.

O trabalho da Juventude Hospitaleira junto de pessoas atingidas pela doença mental vai estar em destaque hoje às 15h30, no Programa ECCLESIA na RTP2.

HM/JCP

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Agência ECCLESIA

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