Iraque: Dominicanos apelam a intervenção «urgente» da ONU

Mestre geral da congregação denuncia «limpeza étnica» que «nada tem a ver com religião»

Lisboa, 18 ago 2014 (Ecclesia) – O mestre geral da Ordem dos Dominicanos diz que as Nações Unidas têm de intervir com “urgência” no Iraque, no sentido de acabar com a perseguição que está a ser movida às minorias étnicas e religiosas no país.

Numa mensagem publicada através do site da congregação, e enviada à ONU, o padre Bruno Cadoré sublinha que “ninguém” pode ficar “insensível” perante os atentados aos “direitos humanos” e à “dignidade humana” que estão a ser praticados no Iraque contra “grupos minoritários indefesos”, entre os quais os cristãos.

Para o líder da Ordem dos Pregadores, as ações que estão a ser levadas a cabo pelos extremistas islâmicos no norte do país constituem uma “violação do Direito Internacional Humanitário” e um “crime contra a humanidade”.

Aqueles grupos armados “são uma séria ameaça não só para toda a população iraquiana mas também contra o Médio Oriente e todo o mundo, pois representam uma mentalidade e um modo de vida que, se bem-sucedido, pode colocar em causa toda e qualquer nação”, alerta o padre Bruno Cadoré.

“Embora possa parecer que se trata de um conflito baseado na religião”, acrescenta o sacerdote, a atual guerra civil no Iraque “de facto não tem nada a ver com religião, pois Deus é um Deus de vida, não de morte”.

O mestre geral da Ordem dos Dominicanos recorda que a ONU tem como “compromisso construir um mundo harmonioso e pacífico”, mesmo que muitas vezes as prioridades de cada país se sobreponham às prioridades comuns.

“Esta crise pode ser uma oportunidade para erradicar uma mentalidade focada apenas em interesses nacionalistas, substituindo-a por uma centrada na preservação da vida e da dignidade de cada ser humano, independentemente da sua raça, etnia, religião ou outro tipo de identidade”, exorta o religioso.

Neste sentido, os Dominicanos apelam a todos os membros das Nações Unidas que “assegurem o envio imediato do maior número de unidades militares para o Iraque”, no sentido de “parar com a limpeza étnica e sectária que está a ter lugar”, de “levar os grupos criminosos diante da Justiça” e de lançar as bases para o “diálogo e a paz”.

A congregação pede que o organismo internacional faça todos os esforços possíveis para “garantir o regresso em segurança a casa de todos os refugiados” que tiveram de fugir devido à perseguição dos extremistas islâmicos e “asilo” a todas as famílias forçadas a sair do país.

O comunicado da Ordem dos Pregadores termina recordando que o esforço de paz depende da capacidade de “quebrar a cadeia de fornecimento de armas aos terroristas e de sancionar aqueles que continuem a fazê-lo”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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