Papa encontrou-se com cinco mil consagrados e consagradas
Kkottongnae, Coreia do Sul, 16 ago 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco reuniu-se hoje na Coreia do Sul com cerca de 5 mil religiosos e religiosas da Igreja Católica, a quem pediu que vivam de forma pobre e evitem “uma mentalidade puramente funcional e mundana”.
“A hipocrisia de quantos – homens e mulheres consagrados – professam o voto de pobreza mas vivem como ricos, fere as almas dos fiéis e prejudica a Igreja”, advertiu, num discurso proferido num centro de espiritualidade na localidade de Kkottongnae, a sul da capital Seul.
Francisco alertou para a necessidade de não fixar os programas de pastoral nos “recursos humanos” e respeitar o “testemunho de pobreza” de Jesus Cristo.
“A vida consagrada é um dom precioso para a Igreja e para o mundo”, observou, num encontro que foi encurtado, sem a recitação da oração de Vésperas, devido ao prolongamento da visita do Papa a um centro de recuperação para pessoas com deficiência.
O discurso papal sublinhou a importância de um testemunho de fé baseado na “alegria”, que se alimenta de “uma vida de oração, da meditação da Palavra de Deus, da celebração dos Sacramentos e da vida comunitária”.
“Quando faltam estas coisas, aparecerão as fraquezas e dificuldades que obscurecem a alegria conhecida tão intimamente no início do nosso caminho”, afirmou.
Francisco sustentou que a vida comunitária convida os religiosos a crescer “na misericórdia, na paciência e na caridade perfeita” e convidou os membros dos institutos de vida consagrada a evitar todas as coisas que os possam “distrair” e causar “confusão e escândalo nos outros”.
“Na vida consagrada, a pobreza tanto é um «muro» como uma «mãe»: um «muro» porque protege a vida consagrada, e uma «mãe» porque a ajuda a crescer e a conduz pelo justo caminho”, precisou.
O Papa agradeceu aos presidentes dos religiosos e religiosas na Coreia, que pronunciaram discursos de homenagem, por terem falado do perigo que a “globalização e consumismo” representam para a “pobreza da vida consagrada”.
“Quer vos dediqueis à vida contemplativa, quer à vida apostólica, sede zelosos no amor pela Igreja na Coreia e no desejo de contribuir, através do vosso carisma específico, para a missão de proclamar o Evangelho e edificar o povo de Deus na unidade, na santidade e no amor”, concluiu.
OC