Coreia do Sul: Importância da visita do Papa ultrapassa «fronteiras eclesiais»

Bispo de Leiria-Fátima realça relevância social, geopolítica e económica da Ásia

Fátima, Santarém, 13 ago 2014 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. António Marto, afirmou que a visita do Papa Francisco à Coreia do Sul tem uma importância que ultrapassa as “fronteiras eclesiais”.

A respeito da viagem que hoje se inicia, o bispo de Leiria-Fátima sublinhou em conferência de imprensa o “alcance” da visita do Papa a um “continente asiático onde vive metade da população mundial e que hoje emerge como referência do ponto de vista geopolítico e económico”.

Ao visitar a Ásia, Francisco cumpre a intenção de levar a Igreja Católica ao encontro “das periferias”, neste caso de um “país de fronteira geográfica, entre a China e o Japão”, e também “política, entre a influência russa e a influência americana, dos Estados Unidos”.

“Portanto é uma periferia sábia, que permite uma leitura nova da contemporaneidade, porque vinda de grandes tensões e fronteiras”, realça D. António Marto.

O prelado salientou depois a relevância que a viagem do Papa pode ter para a “reconciliação entre os dois estados coreanos, divididos há tanto tempo e ansiosos por que caiam os muros da divisão”.

Esta é assim uma visita “expressiva da cultura do encontro e do acolhimento tão preconizado pelo Papa Francisco, da cultura da paz”, apontou.

“Fundada por leigos e não por missionários”, recordou o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a Igreja Católica da Coreia do Sul cresceu com base na vontade que as pessoas tiveram em “conhecer a fé cristã”, através do “contacto com a China”, levando depois à formação de “pequenas comunidades eclesiais de base”.

Desenvolveu-se também “pelo testemunho” que no início foi levado até ao extremo, com o martírio de 10 mil cristãos.

Uma “Igreja que o Papa diz que cresce por atração e não por proselitismo, por conseguinte é um modelo de evangelização também para nós”, apontou D. António Marto.

O bispo mostrou-se depois convicto de que a visita do Papa à Coreia do Sul se revestirá de uma grande importância, em matéria de diálogo inter-religioso e de evangelização, sobretudo dos mais novos, já que o continente asiático acolhe atualmente “grande parte da juventude mundial”.

A deslocação de Francisco decorre no âmbito da 6.ª Jornada da Juventude Católica Asiática.

Um evento “onde o Papa vai viver a experiência de partilhar o Evangelho da alegria e da esperança”, sustentou D. António Marto.

O responsável católico conclui a sua mensagem destacando “a ligação particular” da Coreia do Sul ao Santuário de Fátima.

Só em 2013, chegaram à Cova da Iria “98 grupos de peregrinos da Coreia”, num total de “2600 peregrinos”.

“É o sexto país com mais grupos inscritos durante 2013”, frisou o bispo de Leiria-Fátima.

HM/JCP

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Agência ECCLESIA

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