Igreja alerta para a tragédia no Uganda

O Cardeal Renato Martino lançou um apelo aos meios de comunicação social para que não deixem cair no esquecimento a tragédia humanitária no Uganda. O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz lembrou o dever ético e profissional “de não deixar cair um manto de silêncio sobre o que se passa no Uganda”, situação que ele próprio testemunhou no mês passado. O Cardeal falava durante um seminário organizado pelo semanário «Vita» – dedicado ao voluntariado -, pela Confederação Italiana de Sindicatos dos Trabalhadores (CISL) e pelo Município de Roma. Na mesma ocasião, o directo da agência missionária Misna, Giulio Albanese, vincou que “é indispensável acabar com o conflito que há 18 anos atinge o norte de Uganda”, pedindo a mobilização da comunidade internacional. “Meter a cabeça sob a areia significaria desconhecer as responsabilidades de todos aqueles que de diferentes forma estão implicados neste conflito que estourou no final dos anos 80”, apontou. Na sua luta contra o governo ugandense, desde 1986, os rebeldes do LRA dirigidos por Joseph Kony torturaram e assassinaram mais de 120.000 pessoas, sequestrando também mais de 25.000 crianças, reduzidas à escravidão ou envolvidas à força na guerrilha. Esta guerra civil provocou ainda mais de um milhão de deslocados. “Constatando a insegurança e a miséria determinada pela sangrenta guerra civil do norte de Uganda é indispensável que a comunidade internacional, se mobilize em favor da extenuada população civil, submetida diariamente a inenarráveis humilhações por parte de numerosos bandos armados”, pede o padre Albanese. O especialista em assuntos africanos explica também que “as autoridades de Campala deverão manifestar um maior compromisso em garantir a integridade de todos aqueles, leigos e religiosos, que vivem nos distritos setentrionais do país”.

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