A experiência da primeira sessão do concílio (1962-1965) aconselhara algumas modificações importantes quanto à sua organização.
A experiência da primeira sessão do concílio (1962-1965) aconselhara algumas modificações importantes quanto à sua organização. Uma das mais importantes foi a redução e reelaboração dos esquemas. Reduzidos ao número de dezassete, aliás já por indicação do Papa que convocou o II Concílio do Vaticano (João XXIII), foram refundidos e redigidos de maneira mais breve, tendo em vista os princípios gerais e deixando de lado alguns problemas que não diziam respeito ao assunto central. Foram também reforçadas as características pastorais dos diversos esquemas.
A nomeação dos quatro cardeais delegados os moderadores constitui uma inovação de não menor alcance. Na primeira sessão notou-se que o conselho de presidência se revelava “muito pesado”, sendo-lhe difícil orientar os trabalhos conciliares. A nomeação deste grupo de moderadores, “mais restrito e dotado de poderes mais amplos, permitiu uma orientação mais firme dos trabalhos, tendo ainda a possibilidade de intervir em várias ocasiões com maior agilidade e energia” (Cf: Boletim de Informação Pastoral; Julho-Setembro 1964; Nº 32-33; Página 7).
A mentalidade dos moderadores, “mais homogénea”, facilitava a unidade e firmeza de orientação tão desejadas pelo Papa. O grupo de moderadores era constituído pelos cardeais: Agagianian; Suenens, Lercaro e Doepfner. Homens que deram profundidade, rapidez e agilidade aos trabalhos.
O conselho de presidência viu também o número dos seus membros aumentado para doze. O Papa Paulo VI nomeou para este organismo os cardeais Siri, Meyer e Wyszynsky. Mais significativa porém foi a missão conferida à comissão de coordenação que fora criada para orientar os trabalhos conciliares no período entre as duas sessões. “Ficou encarregada de promover e garantir a conformidade dos esquemas com os objectivos do Concílio” (Cf: Boletim de Informação Pastoral; Julho-Setembro 1964; Nº 32-33; Página 7). Foram nomeados para esta comissão, os cardeais Agagianian, Roberti e Lercaro.
A reforma nos serviços de imprensa do Concílio foi talvez uma das renovações “mais espectaculares”.
De facto, durante a primeira sessão a imprensa só dispunha de comunicados extremamente concisos, nos quais só se poderia encontrar qualquer informação “com real interesse, mais nas entrelinhas que no próprio texto”. Para mais eram elaborados por uma comissão estranha ao Concílio, na qual não estava presente nenhum padre conciliar. Confiando a monsenhor O´Connor, arcebispo titular de Laodiceia, o encargo de formar e de presidir à nova comissão de imprensa, Paulo VI resolveu “o sério problema de informação com que se debatia o Concílio”.
Para mais, esta comissão foi dotada de membros padres conciliares que “representavam os principais grupos linguísticos e que eram directamente responsáveis perante o concílio por todas as informações prestadas”.
A presença dos auditores leigos foi outra das inovações mais significativas. Escolhidos como representantes das principais organizações internacionais católicas, foi-lhes dado seguir directamente os trabalhos conciliares, funcionando como um grupo de consultores para os padres que desejavam confrontar as suas opiniões.
LFS