D. António Francisco passou a noite de São João nos bairros mais pobres
Porto, 28 jun 2014 (Ecclesia) – D. António Francisco, bispo do Porto, passou a noite de São João nos bairros mais pobres da diocese e quer “viver perto e estar perto das pessoas”.
“A proximidade é a minha maneira de ser e de viver e essa é a missão que entendo para os bispos e para os padres e para todos os grupos e cristãos.
Quis, na noite de São João, visitar os bairros mais pobres, num momento de alegria, nesta terra de liberdade e de festa e que sabe saborear a alegria mas que há zonas muito pobres que há necessidade de dar voz e de ouvir para saber como ajudar”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.
D. António Francisco recordou a proximidade com que vivia D. António Ferreira Gomes, antigo bispo do Porto, e sente que também ele quer “viver perto das pessoas e estar perto das pessoas”.
“Essa marca é também uma presença de Deus, uma forma de manifestar esse amor de Deus por todos, para que todos sintam próximos e as distâncias hoje são fáceis de vencer, desde que queiramos”, afirmou.
Olhando para a realidade social da diocese D. António Francisco sente a marca das famílias “fragilizadas pelo desemprego” e por “muitos desaires que foram encontrando na vida”.
“Sentimos que a realidade social tem dores e sofrimentos muito profundas nas famílias desempregadas, nos pobres que ao longo de muito tempo não encontram solução, não só por sermos muitos mas também porque há franjas da sociedade que estão carecidas.
Os idosos, marginalizados e as famílias desestruturadas, e os casos de desemprego que assolou o norte e em concreto a diocese do Porto, essa realidade exige uma atenção e uma resposta mais eficaz”, reconheceu.
O prelado ainda não teve tempo para conhecer toda a extensa diocese, que envolve mais de dois milhões de pessoas, mas agradece a Deus o que já conheceu e os que o foram conhecendo.
“Agradeço a Deus os que tenho conhecido e encontrado e tenho sentido em todos e em cada um esta disponibilidade para podermos trabalhar em conjunto e isso dá-me muita esperança e uma acrescida responsabilidade.”
D. António Francisco dos Santos recorda as experiências que a diocese viveu recentemente, como o caso da Missão 2010, e defende que não podem ser perdidas nem esquecidas, bem como todo o dinamismo vivido.
“Uma das características que eu quero implementar é este sentido de coordenação da ação pastoral ao nível diocesano e, a partir daí, nas instâncias intermédias, conselho presbiteral, diocesano pastoral, conselhos paroquiais e grupos e movimentos, possam levar até ao terreno aquilo que nós programamos o nível da diocese”
“Esta pode ser a característica que dê ânimo ao caminho que queremos prosseguir”, defendeu.
Depois de três meses à frente da diocese do Porto D. António Francisco dos Santos sente-se já um portuense “de alma e coração” e quer aprender a ser mais portuense porque isso é também ser “cada vez melhor servidor da Igreja”.
LS/SN