Vaticano: Papa pede bispos sem medo e sem atração pelo «poder»

Francisco impôs pálio a 24 metropolitas nomeados no último ano

Cidade do Vaticano, 29 jun 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje no Vaticano que os bispos sejam pessoas sem medo e se afastem da atração do “poder” mundano, durante uma celebração em que impôs o pálio a metropolitas nomeados no último ano.

“Nós, caros irmãos bispos, temos medo? Do quê? E se o temos, que refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para estarmos seguros?”, questionou, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro.

Francisco perguntou ainda se os bispos procuravam o “apoio dos que têm o poder neste mundo” ou se vivem o “orgulho que procura gratificações e reconhecimentos”.

Na solenidade de São Pedro e São Paulo, o Papa disse que o “verdadeiro refúgio” dos cristãos é a “confiança em Deus”, que afasta todos os medos e liberta de “todas as escravidões e das tentações mundanas”.

“Hoje, o bispo de Roma e os outros bispos, especialmente os metropolitas que receberam o pálio, sentimo-nos interpelados pelo exemplo de São Pedro a verificar a nossa confiança no Senhor”, acrescentou.

Durante a celebração, os participantes foram chamados a rezar pela paz e a recordar os pobres, as pessoas sós e os idosos, em orações feitas em russo, português, chinês, francês e língua iorubá.

A imposição do pálio, faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda, aconteceu antes da Missa, no altar da confissão.

Cada arcebispo, nomeado nos últimos 12 meses, proferiu um juramento no qual se compromete a ser “sempre fiel e obediente” à Igreja Católica, ao Papa e aos seus sucessores.

Outros três arcebispos vão receber a insígnia nas suas respetivas sedes episcopais, por não se poderem deslocar ao Vaticano.

O pálio é feito com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelo Papa na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de janeiro, todos os anos.

Cada metropolita preside a uma província eclesiástica constituída por diversas dioceses, um sistema administrativo oriundo da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

OC

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