Lisboa, 11 jun 2014 (Ecclesia) – O Museu de Antropologia de Pádua apresentou esta terça-feira uma reconstituição do rosto de Santo António, falecido em 1231 nessa cidade italiana, com recurso às mais recentes tecnologias de modelação tridimensional.
O resultado da investigação que envolveu ainda o ‘Arc-team Archaeology’, o Centro de Estudos Antonianos e duas instituições brasileiras (o Centro de Tecnologia da Informação “Renato Archer” e o Laboratório de Antropologia e Odontologia Forense da Universidade de São Paulo), vai estar exposto entre os dias 12 e 22 deste mês, no Museu de Devoção Popular, junto à basílica do santo português.
Santo António, cujo nome de Batismo é Fernando, nasceu em Lisboa no final do século XII e ali foi recebido entre os Cónegos Regulares de S. Agostinho; pouco depois da sua ordenação sacerdotal ingressou na Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), da qual foi o primeiro professor de Teologia.
A cara apresentada foge à tradicional imagem magra e esguia com que o santo é representado e aproxima-se do fresco que o retrata numa passagem do presbitério da basílica de Pádua.
O padre Luciano Bertazzo, diretor do ‘Centro Studi Antoniani’, explica em entrevista que a forma de retratar Santo António “variou segundo as várias sensibilidades até fixar-se na iconografia do jovem frade”, uma expressão “capaz de suscitar sentimentos de proximidade e confiança, exaltando um modelo de imagem na qual a busca do verdadeiro rosto é relativa, face ao rosto desejado pela própria imaginação simbólica e existencial”.
Os peritos recorreram à ajuda do padre Bertazzo para a reconstituição histórica de alguns detalhes, como a tonsura.
“A reconstrução aconteceu graças à utilização das mais sofisticadas técnicas de antropologia forense, as mesmas que se veem nas mais modernas séries televisivas, que conseguem reconstruir uma fisionomia particular a partir de poucos elementos”, refere hoje o jornal católico italiano ‘Avvenire’.
OC