Distinção pelo presidente da República é vista como um estímulo para o futuro
Lisboa, 04 jun 2014 (Ecclesia) – A Comunidade Vida e Paz (CVP), instituição do Patriarcado de Lisboa que foi hoje distinguida pelo presidente da República, vê nesta condecoração uma “motivação” para o trabalho em prol dos mais desfavorecidos.
“O modelo futuro, se é que aprendemos alguma coisa da crise, é que temos de estar todos juntos, sempre centrados num bem último, que é o bem daquelas pessoas que precisam”, sustentou o presidente daquela organização, Henrique Joaquim, em declarações à Agência ECCLESIA, no Palácio de Belém.
Este responsável sublinha a necessidade de as instituições sociais continuarem o seu trabalho, em conjunto com o Estado, a sociedade civil e o mundo empresarial.
Durante a cerimónia, Aníbal Cavaco Silva atribuiu à Comunidade Vida e Paz o título de membro honorário da Ordem da Liberdade, que se destina a distinguir “serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade”.
O presidente da República declarou ainda como membros honorários da Ordem de Mérito a Associação CAIS, a Associação Portuguesa de Deficientes, a Casa dos Rapazes, a Liga Portuguesa contra a SIDA e os SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria.
Henrique Joaquim, que agradeceu o reconhecimento em nome de todas as instituições, destacou a importância das organizações solidárias colaborarem mais entre si, com os seus diferentes recursos, de modo a que seja possível cuidar dos mais desfavorecidos “como um todo” e não tratando apenas “parte do problema”.
“Com o conjunto de instituições, a multidão de pessoas que as formam, as sinergias criadas, tudo isso constitui uma rede que, de forma organizada, estratégica” tornaria “possível em oito anos ter as condições que permitissem que as pessoas não estivessem na rua mais de 48 horas por falta de apoio”, frisou aquele responsável
Os indicadores económicos mais recentes lançados pelo Banco de Portugal mostram que houve um aumento da taxa de pobreza nos últimos anos, com o surgimento de pelo menos 85 mil novos casos entre a população nacional.
Para Henrique Joaquim, esses números transmitem “sofrimento, frustração, sonhos que foram gorados, desespero” mas “não se pode ficar por aí”.
“Temos de levar uma mensagem de esperança e com essa mensagem levar respostas, e é isso que tentamos, como as outras organizações, fazer todos os dias, fazer essas pessoas sonhar de novo”, salienta.
A celebrar 25 anos de existência, a Comunidade Vida e Paz intervém atualmente, todas as noites, junto de 520 pessoas sem-abrigo e em situação de exclusão social.
O organismo solidário ligado ao Patriarcado de Lisboa conta ainda com 220 camas quer em centros de internamento, em comunidades terapêuticas de inserção, quer em apartamentos, para pessoas já na fase final de reinserção.
JCP