Francisco: Paz exige reconhecimento de Israel

Papa pede fim do antissemitismo e do conflito israelo-palestino

Telavive, 25 mai 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje em Telavive que a paz no Médio Oriente exige o reconhecimento universal do Estado de Israel, apelando ao fim do antissemitismo e do conflito israelo-palestino.

“É preciso empreender sempre, com coragem e sem cansaço, o caminho do diálogo, da reconciliação e da paz. Não há outro caminho. Por isso, renovo o apelo que dirigiu Bento XVI deste lugar: seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, declarou, na cerimónia de boas-vindas a Israel, perante o presidente e o primeiro-ministro de Israel.

A primeira viagem do Papa à Terra Santa iniciou-se no sábado, com passagens pela Jordânia e Palestina, e vai concluir-se na segunda-feira.

Francisco deixou votos de que seja igualmente reconhecido que o povo palestino tem o direito a “uma pátria soberana, a viver com dignidade e a viajar livremente”.

“Que a ‘solução de dois Estados’ se torne realidade e não permaneça um sonho”, apelou.

O Papa, que esta manhã visitou a cidade de Belém, tinha chegado ao aeroporto Ben Gourion em helicóptero, após ter apelado à “coragem da paz”, num encontro com as autoridades palestinas.

Francisco foi saudado pelo presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e projetou a sua passagem por Jerusalém, neste primeiro discurso em solo israelita.

Em particular, o Papa falou da visita que vai fazer ao Memorial de Yad Vashen, “erguido em recordação dos seis milhões de judeus vítimas do Shoah, tragédia que permanece símbolo dos extremos aonde pode chegar a malvadez do homem”.

“Peço a Deus que jamais se repita semelhante crime, de que foram vítimas também muitos cristãos e não só”, disse.

Neste contexto, Francisco recordou as vítimas do atentado deste sábado, em Bruxelas, que provocou três mortos junto ao Museu Judaico da cidade, classificando-o como “um ato criminoso de ódio antissemita”.

“Sempre lembrados do passado, promovamos uma educação onde a exclusão e o conflito cedam o lugar à inclusão e ao encontro, onde não haja lugar para o antissemitismo, seja qual for a forma em que se manifeste, nem para qualquer expressão de hostilidade, discriminação ou intolerância contra indivíduos e povos”, afirmou também.

Francisco falou contra a intolerância religiosa e pediu que os cristãos sejam “fermento de reconciliação, portadores de esperança, testemunhas de caridade”.

OC

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Agência ECCLESIA

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