D. Eurico Dias Nogueira, «humanismo intemporal»

D. Jorge Ortiga celebrou as exéquias do seu antecessor definindo-o como «o Advogado do Homem»

Braga, 21 mai 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga enalteceu hoje, na celebração das exéquias de D. Eurico Dias Nogueira, a forma “ousada, inteligente e audaciosa” como o seu antecessor “denunciava os ataques feitos à dignidade humana, de modo especial, à família”.

“A melhor forma de resumir o apostolado de D. Eurico é defini-lo como o ‘Advogado do Homem’: não somente por ser um doutorado em Direito Canónico, mas por ser um cristão que conseguiu rebater o legalismo ocasional, tão frequente entre nós, contrapondo-lhe um humanismo intemporal”, referiu D. Jorge Ortiga.

Durante a celebração na Sé de Braga, o arcebispo bracarense recordou ainda a forma como D. Eurico Dias Nogueira, falecido esta segunda-feira aos 91 anos, “serviu o país e a Igreja”, sobretudo a seguir ao Concílio Vaticano II e ao 25 de abril.

O modo como o arcebispo emérito se empenhou em transportar para Portugal “toda a novidade do Concílio” (1962-1965) acarreta para a Igreja Católica “uma maior responsabilidade na concretização desse sonho”, frisou D. Jorge Ortiga.

Por outro lado, prosseguiu o arcebispo, a intervenção de D. Eurico Dias Nogueira na sequência da “revolução dos cravos” em 1974, num “tempo difícil, de indefinição, após a queda dos paradigmas socio-religiosos antecedente”, mostrou que “o maior poder de um bispo não é a autoridade mas a caridade”.

D. Jorge Ortiga lembrou particularmente o acolhimento que o seu antecessor prestou aos “retornados do Ultramar”, cedendo-lhes as instalações do Seminário Conciliar.

Na missa que antecedeu o funeral de D. Eurico Dias Nogueira, o arcebispo de Braga olhou ainda para o legado que o seu antecessor deixou para as comunidades católicas locais entre 1977 e 1999.

Recuando a 1997, D. Jorge Ortiga lembrou o último Sínodo na Arquidiocese de Braga, em que o arcebispo emérito entregou um “saco de sementes a todos os participantes” do evento.

“Somos portadores dessa semente que ele nos deixou. Uma semente a plantar em cada paróquia, pois a revitalização da diocese passará pela revitalização das suas paróquias”, concluiu.

Natural de Dornelas do Zêzere, Concelho de Pampilhosa da Serra e Diocese de Coimbra, D. Eurico Dias Nogueira (1929-2014) iria cumprir em dezembro 50 anos de episcopado.

De acordo com a Arquidiocese de Braga, o arcebispo emérito de Braga faleceu esta segunda-feira depois de ter sido internado de urgência no hospital.

 JCP

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Agência ECCLESIA

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