Igreja/Portugal: Porta-voz do episcopado lembra D. Eurico Dias Nogueira como bispo sem fronteiras

Arcebispo emérito de Braga faleceu aos 91 anos

Lisboa, 20 mai 2014 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, disse hoje que o arcebispo emérito de Braga, Eurico Dias Nogueira, falecido esta segunda-feira, era um homem de Igreja, “sem fronteiras”.

“Foi um homem aberto, universal, sem fronteiras”, referiu o sacerdote, em declarações à Agência ECLESIA.

D. Eurico Dias Nogueira morreu segunda-feira à noite, aos 91 anos, depois de “internamento súbito” no hospital, informa a página na internet da Arquidiocese de Braga.

O falecido prelado era natural da Diocese de Coimbra e estudou em Roma; a 10 de julho de 1964 o Papa Paulo VI nomeou-o bispo de Vila Cabral, atual Lichinga, em Moçambique, tendo participado na terceira sessão do Concílio Vaticano II, assembleia que decorreu de 1962 a 1965.

Recebeu a ordenação episcopal no dia 6 de dezembro de 1964 e em 1972 foi transferido para Sá da Bandeira, hoje Lubango, em Angola; pediu a resignação da diocese angolana, aceite por Paulo VI a 3 de fevereiro de 1977, e a 5 de novembro do mesmo ano o Papa italiano nomeou-o arcebispo de Braga, missão que manteria durante mais de duas décadas.

O padre Manuel Morujão disse que D. Eurico Dias Nogueira foi “um pastor missionário, que não tinha fronteiras”, recordando que o prelado, natural da Diocese de Coimbra, passou por vários países antes de regressar a Portugal.

O secretário da CEP elogia um “homem clarividente e corajoso”, coerente com os seus princípios, que viveu “tempos conturbados, social e politicamente” em Portugal, após o 25 de Abril.

“Foi alguém que soube indicar o caminho certo, com coragem e valentia”, prossegue.

O padre Manuel Morujão presta a sua homenagem ao arcebispo “cordial, fraterno” que deixa “um sentimento de grande saudade e afeto”.

“Era uma pessoa muito afetiva, não era um tribuno frio, um governador que ficava na letra da lei, mas tinha uma relação próxima com as pessoas”, conclui.

O funeral do falecido arcebispo vai realizar-se esta quarta-feira, às 15h30, na Sé de Braga.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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