D. Jorge Ortiga lamenta falecimento de um «grande homem e de um grande pastor»
Braga, 20 mai 2014 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga lamentou a morte do seu predecessor, D. Eurico Dias Nogueira, que morreu esta segunda-feira aos 91 anos de idade, considerando que o prelado deixa “um legado de uma grande consciência missionária”.
“É sempre difícil nestas horas sintetizar a vida de um grande homem e de um grande pastor, mas, particularmente, a sua capacidade de diálogo com todos, de diálogo dentro da Igreja e também com outras confissões no âmbito ecuménico e mesmo inter-religioso, que é um aspeto muito importante para os tempos que correm”, disse D. Jorge Ortiga, em declarações à Renascença.
O arcebispo primaz refere que o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um dos acontecimentos da vida da Igreja que marcou a vida de D. Eurico Dias Nogueira.
“Podemos considerá-lo como alguém que nos alerta para essa dimensão que a Igreja terá de continuar a acolher como uma mensagem para os dias de hoje, procurando uma Igreja que está no mundo, fazendo suas as alegrias e tristezas dos homens, para que os homens possam fazer uma experiência de libertação dessas mesmas experiências que vão fazendo no encontro com Cristo e no encontro fraterno dos homens”, acrescenta.
O funeral do falecido arcebispo vai realizar-se esta quarta-feira, às 15h30, na Sé de Braga.
D. Eurico Dias Nogueira nasceu a 6 de março de 1923 em Dornelas do Zêzere, Concelho de Pampilhosa da Serra e Diocese de Coimbra.
Frequentou o Seminário de Coimbra de 1934 a 1944, ano em que se tornou prefeito e professor no Seminário da Figueira da Foz.
Foi ordenado padre a 22 de dezembro de 1945 e no final do mesmo mês passou a frequentar o Colégio Pontifício Português, em Roma.
Em 1948 reiniciou a atividade docente e pastoral em Coimbra e dez anos depois tornou-se membro do Cabido da Sé.
A 10 de julho de 1964 o Papa Paulo VI nomeou-o bispo de Vila Cabral, atual Lichinga, em Moçambique, e a partir de setembro participou na terceira sessão do Concílio Vaticano II, assembleia que decorreu de 1962 a 1965.
Recebeu a ordenação episcopal no dia 6 de dezembro de 1964 e em 1972 foi transferido para Sá da Bandeira, hoje Lubango, em Angola.
Pediu a resignação da diocese angolana, aceite por Paulo VI a 3 de fevereiro de 1977, e a 5 de novembro do mesmo ano o Papa nomeou-o arcebispo de Braga, missão que manteria durante mais de duas décadas.
A reconstrução dos seminários e a realização de um sínodo constituem algumas das marcas da sua ação à frente da arquidiocese, ministério que a 18 de julho de 1999 foi confiado ao atual arcebispo, D. Jorge Ortiga.
No ano 2000 foi nomeado Juiz do Tribunal Eclesiástico de Braga em 2.ª instância.
OC