Passar da «hostilidade» à «hospitalidade» foi o desafio deixado por D. Manuel Linda
Cascais, Lisboa, 18 mai 2014 (Ecclesia) – D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança, disse este domingo na celebração do Dia da Marinha Portuguesa que os marinheiros dão um “inestimável contributo” para que nas sociedades a “hostilidade” dê lugar à “hospitalidade”.
“Herdeira e continuadora do melhor espírito aventureiro e globalizador dos marinheiros de todos os tempos, [a Marinha Portuguesa, ndr] tem plena consciência do seu inestimável contributo para a edificação de um mundo que se conheça e reconheça como habitado pela mesma humanidade, portadora dos mesmos direitos e deveres, não obstante as diferenças que a constituem”, referiu, na homilia da Missa que assinalou o Dia da Marinha.
Para D. Manuel Linda, esta “nova cultura” “fará esquecer a hostilidade e a substituirá” pela hospitalidade”
“É a grande complementaridade que torna rico e belo este nosso mundo que aspira a uma nova alma, uma nova sensibilidade ética, a tornar-se a casa comum em que todos caibam e possam coabitar em paz e em segurança, ultrapassando as estreitas fronteiras dos nacionalismos políticos e económicos”, afirmou.
Para o bispo responsável pelo Ordinariato Castrense, a “grande complementaridade” que carateriza o mundo revela que “aspira a uma nova alma, uma nova sensibilidade ética, a tornar-se a casa comum em que todos caibam e possam coabitar em paz e em segurança, ultrapassando as estreitas fronteiras dos nacionalismos políticos e económicos”.
“Diferenças que não podem constituir títulos de superioridade ou inferioridade, mas vias de acesso à completa fraternidade de irmãos, iguais em dignidade, mesmo que diferentes na cor da pele, nos costumes, nas línguas e na religião”, sustentou.
D. Manuel Linda recordou que “as grandes ações humanas” implicam “investimento, sacrifício e dor”, traduzidos em “renúncia a tanta coisa e até uma certa imolação”, onde se contam as privações provocadas pelas missões a cargo da Marinha Portuguesa.
“Suplicamos a bênção consoladora para quantos sofrem e se privam de tanta coisa por causa das ausências inerentes às missões: as esposas ou maridos que têm de suportar o afastamento dos cônjuges, os filhos que não podem brincar com os seus pais, os pais que não podem contar histórias de embalar aos seus filhos, os amigos que se privam do convívio dos seus afeiçoados, a solidão do mar, os trabalhos redobrados das tempestades”, recordou.
“Por tudo isto, sempre no respeito mais absoluto pela liberdade de consciência de participar ou não participar, no Dia da Marinha tem pleno cabimento uma celebração religiosa, como esta Missa”, prosseguiu D. Manuel Linda.
O Dia da Marinha celebra-se a 20 de maio por ter sido o dia em que Vasco da Gama, em 1498, chegou a Calecute, na Índia, ligando por via marítima pela primeira vez na história a Europa ao oriente.
O programa comemorativo do Dia da Marinha, que decorre em Cascais entre os dias 13 e 20 de maio, incluiu a celebração da Missa na igreja paroquial de Nossa Senhora da Assunção, presidida pelo bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda.
PR