D. Ignacio Kaigama confessa-se «preocupado» com a violência fundamentalista no país
Lisboa, 14 mai 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, D. Ignacio Kaigama apelou à libertação das 276 meninas raptadas pelo grupo extremista Boko Haram.
“Estou muito preocupado. Essas meninas nunca saíram da cidade e agora encontram-se na selva. Rezo para que os valores religiosos que o grupo Boko Haram defende sejam suficientes para respeitarem a dignidade dessas meninas. Elas são simplesmente meninas inocentes. A vida é sagrada”, disse o arcebispo de Jos, numa entrevista à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
A Nigéria tem sido palco de vários atentados contra as comunidades cristãs, na sua maioria reivindicados pelo grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, nome em língua hausa que significa ‘a educação ocidental é pecaminosa’, que pretende a implementação da lei islâmica, a sharia.
D. Ignacio Kaigama acusa o Boko Haram de ter provocado a morte de “milhares de pessoas” desde 2009.
“Neste momento, não se trata apenas de uma luta entre norte e sul, nem tão pouco entre muçulmanos e cristãos. Trata-se de seres humanos. Os nigerianos estão juntos pela liberdade e dignidade; está a crescer uma única voz, uma voz que diz ‘a violência não é a solução’”, sublinha.
O arcebispo considera que o Governo “subestimou a crise Boko Haram” e demorou a reagir, lamentando a falta de “condições adequadas” para os agentes de segurança na luta contra a violência.
O presidente da Conferência Episcopal convida à oração, neste momento de crise, e revela que pediu a todos os católicos da Nigéria que fizessem “uma hora de adoração”.
“Temos tentado o diálogo e não tem funcionado. O Governo recorreu à força e não funcionou. Neste momento, o que temos de fazer é rezar: apenas Deus pode tocar o coração destas pessoas”, conclui.
OC