Igreja/Sociedade: D. Manuel Martins recebeu distinção do município de Sernancelhe

Bispo emérito de Setúbal convida à reflexão sobre liberdade e democracia

Lisboa, 28 abr 2014 (Ecclesia) – O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, foi homenageado com a medalha de honra do município de Sernancelhe (Diocese de Lamego), pelo seu trabalho e testemunho em prol dos mais desfavorecidos.

Na data da homenagem, dia 25 de Abril, D. Manuel Martins pediu aos portugueses para “colocarem os olhos nas celebrações exemplares” da revolução dos cravos.

“Um dia de reflexão sobre liberdade e democracia” disse hoje à Agência ECCLESIA o prelado, que viu ser inaugurada uma exposição sobre a sua vida e obra, intitulada «Um bispo de todos».

Nomeado para Setúbal em 1975, D. Manuel Martins recorda que as pessoas “não queriam um bispo reacionário”.

Com 87 anos de idade, o bispo emérito da diocese sadina sustenta que o “altar também está no mundo” e a “maioria das vezes, está primeiro no mundo e depois na Igreja”.

D. Manuel Martins procurou exercer o seu magistério na proclamação da “dignidade da pessoa humana” e na “denúncia às agressões” aos homens e mulheres deste tempo.

Quando chegou à Diocese de Setúbal (26 de outubro de 1975), o bispo encontrou um povo “em condições desgraçadas” e considera que podia “fazer um livro só com casos concretos, até com suicídios”.

O bispo tem uma rubrica no jornal da diocese, intitulada «Caro Alfredo» – “um rapaz tetraplégico, inteligente” –, onde dá a sua visão sobre os acontecimentos da atualidade.

Este domingo foi canonizado João Paulo II, juntamente com o Papa João XXIII, e D. Manuel Martins recorda que almoçou – “umas seis vezes” – com o novo santo polaco e num desses almoços o tema de Salazar e D. António Ferreira Gomes foi objeto de diálogo.

Enquanto alguns bispos defendiam, junto de João Paulo II, a política preconizada por Oliveira Salazar, D. Manuel Martins disse: “Mas foi ele quem colocou D. António Ferreira Gomes no exílio”.

Como o diálogo estava a “ficar acesso”, o Papa polaco colocou “a mão no braço” do então bispo de Setúbal e disse: “O melhor é mudar de assunto”.

LFS

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Agência ECCLESIA

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