Padre Tolentino Mendonça lembra que a democracia deve ser reinventada todos os dias
Lisboa, 25 abr 2014 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), padre Tolentino Mendonça, entende que o 25 de Abril constitui “um marco” por ter trazido com ele “o regime democrático e o que ele representa”.
“O 25 de Abril de 74 constitui efetivamente um marco. Trouxe-nos o regime democrático e o que ele representa em termos de cidadania e de cultura; operou a descolonização, conseguindo uma saída pacífica e digna para conflitos que pareciam insolúveis; recolocou Portugal no desígnio europeu, ajudando a vencer um persistente isolacionismo”, escreve o padre Tolentino Mendonça no editorial da mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
O facto de a partir dessa data ter sido possível proceder a uma descolonização, com “uma saída pacífica e digna para conflitos que pareciam insolúveis” e por ter “recolocado Portugal no desígnio europeu, ajudando a vencer um persistente isolacionismo” são outros dois pontos que o vice-reitor da UCP destaca.
O diretor do SNPC analisa o legado que o 25 de Abril deixa 40 anos depois de ter acontecido lembrando que o que foi conquistado nesse dia não se trata de “uma obra acabada, que nos cabe apenas conservar”, mas que a “democracia não está feita” pois é “em cada dia, em cada ciclo que ela se constrói e reinventa para poder cumprir-se”.
Para tal o padre Tolentino Mendonça alerta para a necessidade de todos estarem atentos às “muitas ameaças” e “ofensas ao espírito da democracia” enumerando entre elas “a pobreza, o desemprego, a exclusão e a injustiça”.
“Cabe-nos a todos, mas de forma particular aos que democraticamente nos representam, zelar pela saúde da democracia”, sintetiza.
“O 25 de Abril qualifica-nos assim com uma herança imensa e, sem dúvida que, como sociedade e nação, precisamos de reencontrar-nos com essa memória, envolvendo nela as novas gerações”, sublinha o padre Tolentino Mendonça.
MD